GENEALOGIA - JOSÉ LUIZ NOGUEIRA 
Criar uma Loja Virtual Grátis
QUEIRÓZ
QUEIRÓZ

Sobrenome de origem geográfica.

Documentado Queiroos, no século XV.

De queiró ou queirós, provincialismo do norte de Portugal, com o qual se designa a urze Calluna vulgaris (Antenor Nascentes, II, 255; Sanches Baena, II, 146).

A palavra tem a mesma raiz que Eueiroga e significa urze (Anuário Genealógico Latino, IV, 27). Descende esta família de Bernardo de Carpio [794-876], sobrinho de D. Afonso II, rei de Leão.

Em França casou-se com madame Galinda, filha do conde de Alardos. Passou a Portugal Fernando Álvaro de Queirós, senhor da casa de Queirós, que perdeu por seguir as partes de D. Fernando I, rei de Portugal em 1367 (Anuário Genealógico Latino, I, 79).

Felgueiras Gayo, em seu Nobiliário das Famílias de Portugal, trata da antigüidade desta família, recuando-a ao Príncipe Constantino, filho dos Imperadores de Constantinopla que «saindo em secorro do Papa Estevão 3.º [762-768] contra o poder de Diziderio Rey dos Longo bardos e inimigo da Igreja Catholica em premio da victoria q alcancou contra aquelle Rey e da liberdade q o m.mo Papa confessava aquele Principe depois do secorro de D.ª lhe concedeo em paga dos servissos q lhe tinha feito a graça de apresentar insolidum a Igreja de Vi.ria com mais 40 beneficios todos no Bispado de Oviedo em Espanha, Regalia q inda hoje conservão seus descendentes.

Recolhidos este Princepe e Espanha em tempo do Rey Ramiro I.º de Leão o acompanhou em todas as batalhas emparelhando sempre com elle, e vendo-o hua vez cahido no mais forte combate, no anno de 646 p.ª o m.mo Rey disse em voz alta = Isqueiroz = q quer dizer - ergueivos forte cavalleiro e reparando q o Rey o não podia fazer por se achar cercado de mouros, se apeou e lhe deo o seu cavallo e matando os q o cercavão tomarão huns cavallos delles em q montando o Principe Constantino, continuarão a batalha e vencerão.

Lembrando ElRey do admiravel socorro q lhe deo este Principe e daquella palavra = Iquiroz = confessava publicam.te q dipois de Ds. = Isquiroz = dizendo, ou vindo a dizer q dipois da m.ce de D. s só devia a vida a q.m disse aquela palavra; donde veyo o porem-se nas Armas das cazas q o d.º Princepe fundou nas Asturias em escudo Esquartelado a 1.ª de ouro 6 cescentes de luas em duas pallas de vermelho ao 2.º de prata hum Leão de purpura e assim os contrarios, timbre o mesmo Leão com crescente de lua de ouro na espadoa e na circonferencia do escudo huas letras 1 dizem - Despues de Dios Isquirioz. [..]

Assim estabeleceo aquele Principe a caza sollar de Queiroz e por q o Pontifice Estevão 3.º lhe deo por armas as chaves da Igreja lhe aumentou 24 bandeiras q ganhou aos mouros no serviço do Rey Ramiro e de seu sucessor ElRey D. Ordonho as quals 24 bandeiras se representão nas seis meias luas roixas q usão seus descendentes em cada hum dos 4 repartimentos do escudo deixando as chaves da Igreja e tendo só o Leão de Espanha.[..]

Cazou este princepe com D. Gracinda Bernardo, f.ª de D. Bernardo del Carpio e sua m.er D. Gosinda f.ª do conde de Alardos da caza Real da França e por este cazamento se juntarão aquelas armas as flores de Liz da França e por timbre o Leão de Espanha por Bernardo del Carpio ser f.º de Sancho Dias de Saldanha conde de Saldanha e da Infanta D. Ximenia f.ª do Rey D. Fruella». Em seguida, Gayo traça a genealogia de D. Constantino e D. Gosinda, registrando, entre os seus descendentes:

I - o filho, Pedro Bernardo de Queiroz, que teria vivido no século IX. O primeiro que usou o apelido Queiroz, por ser Senhor da casa e solar de Queiroz, nas Astúrias, Foi rico homem do Rei Afonso VII, de Castela [1126-1157];

II - o quinto neto, Fernando Alvares de Queiroz, que foi o 1.º Fidalgo desta família que das Astúrias passou para Portugal, em tempo do Rei D. Fernando, de Portugal [1367-1385]. Recebeu algumas mercês, aos 20.11.1416. Conselheiro do Rei. Alcançou o reinado seguinte, de D. João I [1385-1433], que deu o senhorio das Vilas da Guarda e Sortela. Segundo os cronistas da época, os genealogistas daquele tempo, em comum opinião, apontam «ser este Fernando Alz. de Queiroz o tronco dos Queirozes deste reyno de q tem nobilissimos e antigos Instrom.tos e Brazoins Tristão Lx.ª e com tal clareza q esta fazendo imprimir hum livro so pertencente a família de Queirozes». (Gayo, ob. cri., Tomo XXV, 36);

III - a oitava neta, Maria de Queiroz de Seixas, que deixou geração do seu casamento com Bento Rodrigues Coelho. O casal foi residir na vila de Sabará, Minas Gerais, onde viveu muito ricos, «e com bom tratamento»;

IV - o décimo neto, Leonel de Queiroz, que teve mercê da Carta de Brasão de Armas, em 1537 - detalhes adiante. Cavaleiro da Ordem de Cristo. Benfeitor do Mosteiro de Urgens da cidade de Vizeu. Morreu em Évora;

V - a décima segunda neta, Guiomar de Queiroz, matriarca da família Siqueira de Queiroz, com representantes no Brasil, por seu casamento, por volta de 1562, com Gaspar de Siqueira, morador no lugar de Villar, freguesia de S. Tiago de Sendim, Concelho de Felgueiras. Ver família Siqueira de Queiroz;

VI - o décimo segundo neto, Antônio de Queiroz, morador da quinta do Ospital, na freg.ª de Servains, termo da vila de Valadares de Riba Minho, no tempo do Rei Felipe II, de Portugal [1598-1621]. Teve mercê da Carta de Brasão de Armas, em 1603;

VII - o décimo terceiro neto, Manuel de Siqueira Queiroz, filho da anterior, que passou ao Brasil, deixando geração do seu cas., na Paraíba, com Izabel Vieira;

VIII - o décimo quarto neto, Jacinto Siqueira de Sampaio, que serviu no Brasil, onde foi Capitão no Rio Grande. Tenente da Torre de Belém, em Lisboa;

IX - o décimo quinto neto, Antônio de Queiroz, que passou para a Bahia, onde foi Capitão de Infantaria;

X - o décimo sétimo neto, Luiz Peixoto (quarto neto de Ana de Queiroz), que se estabeleceu no Brasil, onde casou e deixou descendência;

XI - o décimo sétimo neto, Lourenço José de Coimbra (filho de João de Qeuiroz Botelho), que foi Vigário no Brasil;

XII - o décimo oitavo neto, Jerônimo de Magalhães (4.º neto de Guiomar de Queiroz), senhor da Quinta de Catapeixe, que passou para o Brasil. Brasil:

No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a família de Domingos de Queiroz, fal. antes de 1618, que deixou descendência, a partir de 1600, com Apolônia Delgado (Rheingantz, III, 80).

Para o Rio Grande do Norte, ver a família Fernandes de Queiroz. Para o Ceará, ver a família Pereira de Queiroz (v.s.).

Antiga família de origem portuguesa, estabelecida na Bahia, para onde passou Antônio de Queirós Cerqueira [Amarante, Portugal - 15.08.1686, Salvador, BA], cavaleiro da Ordem de Cristo. Capitão de regimento. Filho de Manuel Queirós e de Maria de Cerqueira. Foi um dos cabeças do movimento revolucionário contra o governador conde de Óbidos, por isso castigado. Deixou geração do seu cas. a 19.08.1652, com Apolônia de Araújo Góis, procedente da antiga família Araújo Góis (v.s.), da Bahia. Em segundas núpcias, foi casado com Isabel de Azevedo Góis, prima de sua primeira esposa [Afonso Costa - Genealogia Baiana, Catálogo de Jaboatão, n.712].

Importante família de Minas Gerais, com ramificações no Rio de Janeiro, à qual pertence o comendador Joaquim José de Queiroz, diretor do Banco da Lavoura e do Comércio do Brasil. Fundador da firma exportadora de café Queiroz Moreira. Diretor do Banco Real Hipotecário. Com geração. Entre os seus descendentes, registram-se:

I - o filho, o industrial Joaquim José de Queiroz Júnior, engenheiro civil, diplomado pela Escola Politécnica do Rio de Janeiro [1893]. Recém formado, partiu para São Paulo, sob a chefia do engenheiro Rebouças, iniciando a sua carreira proficional nas instalações do primeiro grande serviço de água da Cidade de São Paulo. Aí permaneceu até 1897, quando, deixando a Comissão de Saneamento da Capital do Estado, retornou ao Rio de Janeiro. Proprietário da Usina Esperança, adquirida por escritura de compra, datada de 29.01.1891, da firma Amaro, Ferreira & Cia, propriedade do Dr. Amaro da Silveira, Carlos Wigg, Joseph Gerpacher e outros. Tratava-se de uma verdadeira indústria de ferro, em alta escala, por meio de sua fabricação em altos fornos. Denominou-se, depois, Usina Queiroz Júnior. Proprietário da Companhia nacional de Forjas e Estaleios. Proprietário da Fábrica Monlevade, Minas Gerais, adquirida por escritura de compra de 1892, çaos herdeiros de João Monlevade e outros, especializada na fabricação de material agrícola. Proprietário de uma grande fundição na Rua Larga de São Joaquim, RJ. Deixou geração do seu cas. com Laura Machado;

II - a neta, Ana Amélia de Queiroz, filha do anterior. Com geração do seu cas. com o historiador Marcos Carneiro de Mendonça, membro da tradicional família Carneiro de Mendonça (v.s.), de Minas Gerais;

III - a neta, Laura Margarida de Queiroz, irmã da anterior. Casada com o comandante Joaquim Costa;

IV - a neta, Maria José de Queiroz, irmã da anterior. Casada com o escritor Berlamino Austragésilo de Athayde, ex-Presidente da Academia Brasileira de Letras. Cristãos Novos: Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçadoà religião Cristã, a partir de 1497 [Raízes Judaicas, 321].

 

 

Heráldica:

I - Príncipe Constantino: um escudo esquartelado: o primeiro e quarto quartéis, em campo de ouro, com 6 crescentes de vermelho, postos em duas palas; o segundo e terceiro quartéis, em campo de prata, um leão de vermelho.

Timbre: o leão do escudo, com um crescente de ouro na espádua. Divisa: Despues de Dios Isquirioz (Felgueiras Gayo, Queiozes, Tomo XXV, 34);

II - «Nas Asturias alguns usãopor armas 2 chaves com hum lirio em sima e dois em baixo e 6 rozas com hum cordão de S. Francisco por orla (Gayo, ob.cit., 34);

III - «outros usão em campo de prata 2 chaves azuis em aspa entre 4 lirios e 4 rozas vermelhas e por orla 8 aspas de ouro em campo vermelho (Gayo, ob. cit., 34);

IV - «outros uzão 5 cabeças de donzelas por outras tantas q os cavalheiros deste apellido tirarão aos mouros levando as pellas q lhe pagava Mauregatos (Gayo, ob. cit., 34);

V - um escudo esquartelado: o primeiro e quarto quartéis, em campo de prata, com 6 crescentes de vermelho; o segundo e terceiro quartéis, em campo de prata, um leão de vermelho.

Timbre: o leão do escudo, com um crescente de ouro na espádua (Armando de Mattos - Brasonário de Portugal, II, 89).

Século XVI: I - Leonel de Queiroz, citado acima. Brasão de Armas, datado de 10.03.1537. Registrado no Livro XXVII da chancelaria do Rei D. João III, fls. 19v.: um escudo com as armas da família Queiroz.

 

Translate to English Translate to Spanish Translate to French Translate to German Google-Translate-Portuguese to Italian Translate to Russian Translate to Chinese Translate to Japanese




ONLINE
2




Partilhe esta Página



PARTICIPE

AJUDE-NOS A MANTER ATUALIZADA AS INFORMAÇÕES DESTE SITE

 

ESCREVA-NOS

 

CONTO COM SUA AJUDA

 

JOSÉ LUIZ NOGUEIRA

 

 

 

 




Total de visitas: 1683848