Na sua origem assinava-se “Daguirre”; vem da Vasconia e, na língua vasca, significa “lugar alto”.
Os Aguirres descendem de uma filha de Sancho Ortiz de Zamudio, cas. com um filho de Arandia. Foram pais de Martim e Rodrigo de Aguirra (Anuário Genealógico Latino, IV, 15).
Brasil: Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história. Entre os antigos Aguirre, registra-se Lope de Aguirre, aventureiro originário da Espanha, nascido no ano de 1518, que participou da expedição organizada por Pedro de Urzua, que partiu ao Maranhão, no Brasil, em busca de ouro.
Na Bahia, os mais antigos Aguirres, procedem de Pedro Aires (Arias) Aguirre, feito capitão do forte de S. Felipe, na Bahia, por provisão real de 1598. Com a vinda das forças de Maurício de Nassau à Bahia, em 1638, o capitão Aguirre abandonou o forte de seu comando, e, considerado em culpa, esteve preso, mas depois foi absolvido e reintegrado, por ato do vice-rei marquês de Montalvão, em 1641. Deixou numerosa descendência de seu cas. com Catarina Quaresma, natural de Lisboa, Portugal, filha de Diogo Gonçalves Laços (Jaboatão, 458).
Em São Paulo, entre as mais antigas, a de Diogo Árias de Aguirre, natural de Lisboa - irmão de Pedro Arias de Aguirre, referido acima. Outros grafam este sobrenome na forma Aires de Aguirre (v.s.).Veio para São Vicente e São Paulo em 1598, capitaneando uma esquadra, investido, em nome do Rei, no cargo de governador da capitania até a chegada de D. Francisco de Sousa.
Estabeleceu-se em Santos, casando com Mariana Leitão de Vasconcelos (A. Moura, Piratininga, 13). Filho de João Martins de Aguirre, Fidalgo da Casa Real, com Carta de Brasão de Armas (1577), e de Isabel de Araújo Barros. Neto paterno de Diogo Fernandes Martinez (da cidade de Mogosio, da Nova Espanha) e de Isabel Rodrigues de Ribeira. Tendo recebido a nomeação de Capitão-Mor da capitania de São Vicente, Diogo chegou em dezembro de 1598 a São Paulo e fez uma entrada às minas de ouro do Jaraguá e de ferro do Araçoiba. Em 1613 exerceu o cargo de vereador em Santos, vindo a falecer nessa vila nas cercanias de 1639. Era fidalgo de cota d’armas, com brasão registrado na câmara de Santos. Foi também provedor das minas de São Paulo (Carvalho Franco, Bandeirantes, 22).
Há um outro grupo com este sobrenome, estabelecido em São Paulo, que foram os fundadores de Monte-Mor.
Outros, estabeleceram-se em Itaquerí da Serra, São Paulo, onde nasceu, em 1880, o Bispo, D. José Carlos de Aguirre. Sacerdote (1904) e 1º Bispo diocesano de Sorocaba (1924). Filho de Francisco Leopoldo de Aguirre (1852-) e de Maria Ercília de Campos (1857-).
Registram-se diversas famílias com este sobrenome estabelecidas na Cidade do Rio de Janeiro, uma delas procede de Francisco Muniz de Aguirre, ali casado em 1817, com Ana Joaquina do Espírito Santo (Colégio Brasileiro de Genealogia, Fichário).
Ainda, no Rio de Janeiro, existe um antigo tronco familiar que se assinava Aires de Aguirre (v.s.).
Sobrenome registrado, em 1833, pela Intendência Geral da Polícia da Corte, dos passageiros espanhóis, José Miguel de Aguirre, comerciante, e de João Miguel de Aguirre, negociante, ambos de passagem pelo porto do Rio de Janeiro, com destino a Cabo Frio; o primeiro em 1832 e o segundo em 1833 (Registro de Estrangeiros, 1831, 4).
No Espírito Santo existe a família Aguirre Coutinho.
Sobrenome de diversas famílias originárias do Uruguai, Espanha e Argentina, recentemente emigradas para o Brasil, estabelecidas no Rio Grande do Sul. Destaques: Bernardo de Aguyirre, nascido em Salvador, Bahia. Teve mercê do hábito da Ordem de São Tiago em 1645, pelos serviços prestados no Brasil e no Reino. Distinguiu-se como sertanista, sendo encarregado de combater os mocambos de negros revoltosos. Filho de Pedro Arias de Aguirre e de Catarina Quaresma, citados acima.
Heráldica- Século XVI:
I - De João Rodrigues Martins de Aguirre - 23.12.1577 - registrada na Câmara de Santos [SP[, em 22.11.1639, por Fernão de Aguirre): um escudo partido, sendo a parte de cima partida em facha, ao primeiro de negro, 2 fachas de ouro, e ao segundo, de ouro, 3 flores de lis e purpura e 3 palhas, e na parte de baixo, partida ela metade, a da direita de ouro com 3 fachas de verde, e a da esquerda de prata, com uma águia negra.
II - De Diogo Arias de Aguirre - 24.12.1639: Armas de Sucessão, passada em 1577 ao avô - Desenho in RGB, V, 328.
III - De Fernão de Aguirre - Carta de 15.10.1678; Registrada a 22.03.1685 - Desenho in RGB, V, 328. - um escudo cortado: o 1.º, de negro com duas faixas de ouro, recortado do mesmo metal com três flores-de-lis de púrpura alinhadas em facha. O 2.º de prata com uma águia de negro, partido de ouro com três faixas de verde. Elmo de prata cerrado, guarnecido de ouro.
IV - De D. José Carlos de Aguirre [28.04.1880, Itaqueri da Serra, SP -], ordenado a 08.12.1904; eleito bispo de Sorocaba a 04.07.1924; sagrado a 08.12.1924.
Tem por Armas, um escudo de prata com a hóstia do mesmo, carregada do monograma de Jesus Salvador de negro, raiado do mesmo, formando os braços de uma cruz; uma campina movente em ponta, atravessada por um regato, com 8 cordeiros, 4 à direita e 3 à esquerda, com a cabeça olhando para a hóstia; e o oitavo, no centro, ajoelhado, tudo na sua cor natural [Gardel, Armorial Eclesiástico, 404].