“Na cidade não falam apenas o Intendente, o coronel e o padre.
O comerciante também dá o seu palpite”.
Cornélio Pires
Embora o comércio de Itapetininga estivesse se especializando aos poucos, os tradicionais estabelecimentos de secos e molhados ainda sem mantiveram durante longo tempo. O empório era o mais importante ponto de vendas. Tinha de quase tudo, de semente a alimentos, de banha a panelas, da farinha a carne seca, do querosene a lamparina, da tesoura ao tecido grosso.
Os armazéns surgiram das pequenas vendas que, de início tinham pouca diversificação de produtos. Com o aumento da demanda, naturalmente foram expandindo o número de itens oferecidos até chegar na sua forma mais tradicional com centenas de itens. Além dessa presença histórica na atividade comercial, o Armazém era um ponto de encontro. Primeiro dos tropeiros, depois dos moradores que, com pouco lazer, se encontravam, no final da tarde, para um trago de aguardente ou um jogo de truco.
A política também fazia parte do cotidiano do Empório. Normalmente era assunto debatido entre seus freqüentadores. Seus proprietários, raramente, não participavam da vida política. Muitos foram vereadores, prefeitos, alguns, coronéis. Outros transformaram seus comércios em pontos de resistência, como aconteceu nas Revoluções de 1924, 1930 e 1932.
A partir de 1960 com a grande diversificação na atividade comercial, os pequenos armazéns começaram a encerrar suas atividades e os poucos que funcionavam estavam estabelecidos nos bairros periféricos e na zona rural. Os maiores ainda subsistiram por algum tempo, mas com a chegada dos supermercados e a não continuidade por parte de familiares, fecharam suas portas. Empório Campos Sales e o Armazém do Nego Terra são dois deles. Alguns teimam em continuar como o Armazém do Chaquib.