Antigo Arias, com atração, Airas e, já no século XV, aparecia na forma Aires.
Provavelmente da raiz germânica ar, que quer dizer “águia”, mas em composição vale como “príncipe ou senhor” (Antenor Nascentes, II, 7).
Outros vêm uma origem geográfica, tirada da Ayres, do lat. Aeria, cidade sobre o rio Lis, em Artois (Países Baixos), fronteira de Flandres (Anuário Genealógico Latino, V, 47).
Outra forma: Ayres (v.s.). Outros ainda consideram este um sobrenome de origem patronímica, o que torna improvável uma mesma origem genealógica para aqueles que levam este sobrenome.
É portanto, impossível seguir a ascendência de qualquer família deste nome até muito longe. Por exemplo, os descendentes de Frutuoso José da Silva Aires adotaram o sobrenome Aires de Gouveia, que ainda conservam, sem terem, aliás, qualquer relação genealógica conhecida com o célebre pregador Aires Pacheco, ou com a família Aires de Magalhães, proveniente da Índia, com Sebastião Aires, capitão-Mor do Crato, ou ainda com os numerosos Aires indicados no século XVII, em Elvas, por Vitorino de Almada (Verbo, I, 796).
Brasil: Inúmeras foram as famílias com este sobrenome que passaram ao Brasil, no decorrer destes seus quase 500 anos de história.
Entre as mais antigas famílias, com este sobrenome, em Pernambuco, registra-se a de Diogo Martins Ayres, nascido por volta de 1650, na freguesia de Santo Amaro de Jaboatão, Pernambuco, e casado com Elena Soares, nascida na Instancia da freguesia da Sé, de Olinda, Pernambuco (Borges da Fonseca, I, 260).
No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de Salvador Aires [c.1633- ?], que deixou geração do seu cas., c.1663, com Maria de Assunção [1643, RJ - 1696, RJ], filha de Diogo do Couto (Rheingantz, I, 28).
Rheingantz registra mais 4 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVIe XVII, que deixaram numerosa descendências no Rio de Janeiro.
Na Bahia, entre as mais antigas, a de Antão Delgado Aires, natural de Portugal, que deixou descendência de seu cas., c.1612, com Francisca de Cardiga (Jaboatão, 415).
Em São Paulo, a família do Cap.-Mor Salvador de Oliveira Aires, falecido antes de 1820, que deixou geração do seu cas. com Isabel Vieira Aires. Foram pais de Salvador, Gabriel, José, Perpétua e Maria (Rheingantz, TC-103).
Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 15.12.1658, a condenação de sete (7) anos de degredo para o Brasil, de Isabel Aires, solteira [43 anos], natural de Alcains, termo de Castelo Branco, e moradora em Lisboa. Filha de Pedro Lopes, mercador.
Registra-se, no Auto-de-fé celebrado no Terreiro do Paço de Lisboa, a 17.08.1664, a condenação de sete (7) anos de degredo para o Brasil, de Maria Aires, «parte de cristã-nova», natural de Évora, onde morava (58 anos). Esposa de Antônio Ramalho, serralheiro, falecido antes de 1664.
Cristãos Novos:
Sobrenome também adotado por judeus, desde o batismo forçado à religião Cristã, a partir de 1497. Entre outras, registra-se a de Simão Rodrigues Ayres [39 anos], condenado em 1660 e queimado em estátua em 1669, como judeu convicto. Seu pai foi condenado a cárcere e hábito perpétuo e degredo para o Brasil, em 1662, como judeu relapso (Raizes Judaicas, 67).
Na Bahia: Estevão Rodrigues Aires [Cristão-Novo], residente em Assunção, marinheiro - doc.1683 (Wolff, Dic., I, 8). No Rio de Janeiro: Inez Ayres, 81 anos de idade, viúva de André Barros de Miranda, mercador do Rio de Janeiro. Foi torturada e morta nos cárceres da inquisição, a 14.10.1714(Flávio Mendes de Carvalho, Raízes Judaicas, 67).
Destaque: D. Francisco Cardoso Aires [18.12.1821, Recife, PE - 14.05.1870, Roma, Itália], bispo de Pernambuco [1868-1870]. Fez seus primeiros estudos em Lisboa. Voltando a Pernambuco em 1837, fez o curso secundário no Liceu Pernambucano. Matriculado na Universidade Gregoriana de Roma [1846]. Ordenado em Birmingham, Inglaterra [1855]. Preconizado em Roma a 20.12.1867, foi sagrado bispo de Pernambuco a 15.03.1868, pelo cardeal Hohenlhe. Chegou a sua diocese a 27.07.1868.
Heráldica: Informam os linhagistas e heraldistas a existência de Armas para uma família Aires, cuja proveniência se desconhece. Não se sabe quem primeiramente usou estas Armas nem se pode descobrir ao certo a que família pertence, por ser este sobrenome um patronímico, podendo, portanto, existir diversas famílias com igual designação e origens diversas.
Somente na Galiza existem pelo menos nove armas diferentes. A Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira, apresenta para um destes troncos da família Aires, um Brasão de Armas, abaixo descrito, indicando uma possível ligação com a Família dos Peixoto Cachos, pois estes trazem as mesmas armas, que são: um escudo verde, com um braço armado de prata, saindo em banda do flanco sinistro do escudo, a mão de carnação (cor de carne) empunhando um punhal abatido de prata, guarnecido de ouro.
Outros apresentam um fragmento das armas de Marins Aires: um escudo de [...] com cinco vieiras de [...].
Brasil Heráldico: D. Francisco Cardoso Aires, Bispo de Olinda - um escudo em campo verde, com uma banda arqueada de azul, coticada de prata e arregada de quatro estrelas, de prata, acompanhada de um Aquilão, em chefe, e de uma flor de cardo, ao natural, em ponta [Gardel, Armoiries Ecclésiastiques, 262].
AIRES DE AGUIRRE - Antiga família estabelecida no Rio de Janeiro.
Procedem do Capitão Domingos Aires de Aguirre, nascido por volta de 1642e falecido, no Rio de Janeiro, em 1687. Filho de Diogo Aires de Aguirre e de Marianna Leitão de Vasconcellos. O Capitão Domingos Aires de Aguirre deixou larga descendência do seu casamento com Inês Rabelo, nascida por volta de 1646 e falecida no Rio de Janeiro, em 1683 (Rheingantz, Famílias do Rio de Janeiro, I, 28).
Sobre Diogo Aires de Aguirre ou Árias de Aguirre, ver o que ficou dito no verbete Aguirre.
Heráldica(Diogo Arias de Aguirre - 24.12.1639). Nota: ver separadamente os sobrenomes Aires e Aguirre.
AIRES DA GAMA - (Ayres da Gama) Família estabelecida no Município de Paraty, Estado do Rio de Janeiro.
Pertence a este grupo familiar, o porta-bandeira, efetivo, das Milícias de Paraty, José Ayres da Gama, nascido por volta de 1794. Comerciante. Serviu à Câmara como Almotacel. Sobrinho do Coronel das Milícias João Ayres da Gama (RAA, XIII, 4º, 19).
AIRES GOMES - (Ayres Gomes) Antiga e importante família de origem portuguesa estabelecida no Engenho do Mato, Minas Gerais, para onde passou João Gomes Martins, nasc. a 21.02.1685na Freguesia de S. Félix de Gondifelos, termo de Barcelos, Conselho e Comarca de Vila Nova de Famalicão [Portugal], onde foi batizado a 25.02.1685.
“Aos vinte e cinco dias do mês de Fevereiro de seiscentos e oitenta e cinco, baptizei a João, filho de Antônio Gomes e de Maria Martins sua mulher, de Reparada, que nasceu a vinte e um do dito mês. Forão padrinhos João Gonçalves marido de Isabel da Costa da mesma aldêa e Ana Martins mulher de João Gonçalves da Comieira desta freguezia e por verdade fiz este que assino aos sete de março da dita data.» Ass. Manuel Lopes. Filho de Antônio Gomes, natural da Freguesia de São Félix de Gondifelos, termo de Barcelos, Conselho e Comarca de Vila Nova de Famalicão, casado a 2 de Novembro de 1678, na Freguesia de São Félix de Gondifelos, com Maria Martins, natural da mesma freguesia que seu marido. João Gomes Martins, emigrou para o Brasil, estabelecendo-se em Sumidouro, Minas Gerais.
A Cidade mineira de Santos Dumont, outrora Palmira, que por muitos anos se conheceu por João Gomes, foi por ele fundada. Deixou numerosa descendência de seu casamento, no Rio de Janeiro, a 05.1725, em residência do pai da noiva, com Clara Maria de Melo, nascida na Freguesia de N. S. da Apresentação do Irajá, Rio de Janeiro, filha do Cap. Manuel Neto Barreto (nascido em São Pedro de Alcântara, da Ilha da Madeira, bispado de Funchal) e de Clara Soares de Mello (nascida em São Bernardo de Inhaúma, Rio de Janeiro).
Foram pais, entre outros:
I - o filho, o inconfidente José Aires Gomes - nasc. na freguesia de N. S. da Assunção do Engenho do Mato, MG, em cerca de 1744. Uma das figuras ilustres da história de Minas Gerais; e
II - a filha, Ana Joaquina de Melo, nascida em N. S. da Assunção, por volta de 1742, de quem descendem os Macedo Cruz (v.s.), de Minas Gerais, por seu casamento com o Cap. Francisco de Macedo Cruz, natural de N. S. da Assunção. Entre seus descendentes estão grandes grupos familiares de Minas Gerais, na sua maioria, estabelecidos na região de Barbacena e Juiz de Fora. Entre eles: os Macedo Cruz, os Vidal Lage, os Gomes de Azevedo, os Rodrigues Lima, e os Mascarenhas Duarte.
AYRES CARNEIRO - Família de origem portuguesa estabelecida no Pará, para onde passou o Tenente-Coronel João Roberto Ayres de Andrade Carneiro [1796, Portugal - a.1852]. Quartel Mestre do 3.º Regimento de Infantaria de 1.ª Linha do Pará [1820]. Major dos Caçadores de 1.ª Linha [1832]. Deixou geração do seu cas. com Henriqueta Carolina Cordeiro [c.1807, Rio RJ - 20.10.1882].