GENEALOGIA - JOSÉ LUIZ NOGUEIRA 
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ALASKA: A FÁBRICA DE SORVETES
ALASKA: A FÁBRICA DE SORVETES

A caminhada no comércio da família Marini teve seu início com “nonno” Cesare Marini, que em 1891, aos quinze anos, veio do norte da Itália, região de Pádova, com destino às fazendas de café na região de Santa Bárbara do Oeste, onde se destacou como carpinteiro.

 

Com 32 anos de idade, casou com Noemi Forti, também italiana, da região do Trento, com quem teve 8 filhos: Antonio, Dirce, Julia, Beltrando, Maria, Irene, Florêncio e Leonora. 

 

Com o casamento passou a trabalhar na fazenda do sogro. Dado aos seus conhecimentos de matemática, geometria e noções de carpintaria, começou a construir alambiques, nos engenhos de açúcar, nas regiões de Capivari, Santa Bárbara e Itapetininga. Ao nosso município veio para trabalhar na Fazenda São João, que ficava na estrada de Guareí, onde hoje se localiza a Fazenda Vista Alegre.   Ela pertencia a Norberto Ferraz, casado com Dona Mimi, pai de Lourdes e Nelson Ferraz, avós de Arlindo Calux.

 

Seu nome ficou famoso na arte da carpintaria que o levou a construir uma serraria em Joinvile para o Dr. Lauro Rupper, alemão, engenheiro e genro do Cel Pedro Dias Batista.

 

Após três meses em Santa Catarina, retornou a Itapetininga onde arrendou uma parte da propriedade do Dr Lauro Rupper, na descida do “Carrito”. Lá existia uma pequena serraria. Completou o maquinário velho com o que tinha e construiu um moinho de fubá.

 

Como seu amigo Dr. Lauro era o engenheiro responsável pela construção da Escola Agrícola, foi ele que preparou e vendeu toda a madeira empregada na construção e telhados. Diversificou e passou a produzir cabos de arado, em jacarandá, que comercializou com sucesso. Construiu, também, uma máquina de beneficiar café, vendendo grande quantidade ao governo.

 

Participou da Sociedade Italiana e residiu na casa grande da descida do “Carrito” até próximo de seu falecimento, em 12 de abril de 1943.

 

Com o trabalho do “nonno” em Itapetininga, na Fazenda São João, meu tio Antonio Marini e família também vieram para cá, sendo que meu pai acabou ficando sozinho em Capivari. Somente em 1935 ele passou a trabalhar na mesma fazenda, tomando conta do Armazém da propriedade, que fornecia os gêneros necessários aos colonos.

 

Meus pais Florêncio Marini e Adelina de Oliveira Marini, foram proprietários da pensão São João, localizada na rua Alfredo Maia, defronte a Estação Ferroviária. Por ser uma estação de importância na época, grande era o movimento. Certo dia, se hospedou na pensão um senhor de nome Etelvino que veio à cidade vender um módulo de sorveteria, que constava de uma máquina de fabricar sorvetes de massa e picolés, batedor, freezer e 4 carrinhos. Não havia na cidade uma sorveteria com carrinhos ambulantes. Meu pai gostou da idéia, mas não tinha condições de comprar sozinho. Propôs sociedade ao seu cunhado Antonio Custódio de Oliveira e acabaram adquirindo todo o módulo.  Se instalaram na Rua Lopes de Oliveira, esquina com a Silva Jardim. Isso em abril de 1954.  Após 4 meses transferiram-se para a rua Campos Sales, 606, defronte ao sobradão dos Salem, em imóvel alugado do Sr Eugênio e Dna Antonieta. Ampliaram para 10 carrinhos, compraram congelador de placas e freezer. 

 

Após seis anos, seu cunhado retirou-se da sociedade para um negocio próprio, um bar e mercearia na rua Benjamim Constant esquina com a rua Jose Bonifácio, trabalhando por vários anos ate sua aposentadoria. Florêncio continuou. Ampliou para 15 carrinhos, agora contando com a colaboração de minha mãe Adelina, que sempre esteve ao seu lado. Lá ficamos, funcionários, esposa e filhos, até quando pediram o prédio devido ao barulho das máquinas que tinham que ser ligadas de madrugada.

 

Assim, papai, comprou um terreno na esquina da Avenida Professor Francisco Válio e São Vicente de Paulo, do Sr Juca Mineiro. Após 2 anos de construção, transferiu a sorveteria para prédio próprio em janeiro de 1967.

 

Em 1990 fui transferida para a Escola Modesto Tavares de Lima e passei a ajudar na sorveteria da rua Francisco Válio, onde trabalhavam meus pais, meu irmão Cezar e funcionários. Em 1994, com a saída de Cezar para uma sorveteria própria na cidade de Bauru, e devido à idade de meu pai, passamos, a Cida e eu, a tomar conta desta sorveteria. Em 1995 entrou em nossa sociedade nosso sobrinho Guilherme Marini, que deve continuar o empreendimento.

 

Meu irmão Ângelo Marini já trabalhava com meu pai e em 1986, montou, juntamente com a esposa Floripes Marchesin, a sua própria sorveteria na rua Campos Sales. Manteve o nome fantasia “Alaska”, o que foi motivo de grande satisfação para nós já que retornávamos para aquele ponto de comércio. Foi um investimento modelo na cidade inovando com novos tipos de taças, o primeiro “self-service", a raspadinha e o sorvete expresso.

 

O comércio parece uma febre que quando você entra não sai mais, e a sorveteria parece um vicio. Eu adoro fazer sorvete, gosto de trabalhar na sorveteria e penso que é assim pra toda a família, inclusive os que passam a fazer parte dela, como as cunhadas.

 

Depoimento de

Noemia Conceição Marini

 

Na época da rua Campos Sales lembro que a sorveteria era uma fábrica de picolés, todo embrulhado um a um, enlatados e colocados nos carrinhos para vender na rua. Era uma venda muito boa e cada sorveteiro vendia, em média, de 300 a 500 picolés por dia. Vendíamos nos dias de jogos do DERAC, no Carnaval, na Festa da Aparecida e Finados. Os picolés eram de frutas - banana, mamão, abacaxi, abacate – especialmente as da estação que papai comprava na Quitanda do Senhor Gattaz. Havia até um picolé “salada de frutas” que era nata com pedaços de frutas. Aliás, o sorvete de nata cremosa, no picolé, depois de várias tentativas, foi uma invenção de papai. Um sucesso de vendas na cidade e as pessoas lembram dele até hoje.

 

No verão começávamos a fabricá-los às 5 horas da manhã.  Tínhamos um batedor de 60 litros onde as frutas eram moídas, coadas e acrescentados os ingredientes. Ia para as formas que eram colocadas em máquina com agitação em salmoura, palitados um a um, extraídos manualmente e embrulhados rapidamente para não derreter.

 

Éramos, também, o único lugar com sorvete de balcão da cidade. Era pequeno, mas vivia lotado. Os sabores mais conhecidos eram o creme, creme russo, creme holandês, creme português, ameixa, coco, coco queimado, além das frutas como abacaxi e limão. Isso em 1959 - 1960.

 

Papai tinha alguns funcionários. Um deles, o Pastor Salvador Antonio dos Santos, que chamávamos de Vadozinho e que hoje é vereador. Tinha na época 15 ou 16 anos.  Era muito esperto e embrulhava os picolés que, outro funcionário, o Pedro, servidor da Tesouraria da Prefeitura, tirava com grande rapidez. Entre os sorveteiros, lembro do José Pinheiro que trabalhou até pouco tempo. Era bom vendedor, tinha freguesia própria e ia até a Chapadinha. Outro, o João, chegava a vender de 500 a 600 picolés por dia e ia até a Alplan, a pé, todo dia.

 

Fiquei até os 19 anos quando fui para São Paulo para cursar a Faculdade de Biologia. Ingressei e fiquei no magistério, vice-direção e direção escolar durante 28 anos até me aposentar em 1995. Retornei para a Sorveteria não esquecendo que passei quase todas as minhas férias no balcão.

 

Depoimento de

Maria Aparecida Marini

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