GENEALOGIA - JOSÉ LUIZ NOGUEIRA 
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ANTONIO GOMIDE
ANTONIO GOMIDE

Antonio Gonçalves Gomide nasceu em Itapetininga no dia 3 de agosto de 1895.

Pertencente a elite paulista, era um homem cultivado de bela aparência física e esportista; praticava o boxe inglês e a esgrima. Filho de um jurista, sua formação artística se deu em Genebra, onde já vivia com a família antes da Primeira Guerra Mundial. Freqüentando com a irmã a Academia de Belas Artes, foi aluno do simbolista Ferdinand Hodler e colega do pintor John Graz, que se tornaria seu cunhado.

 

Mudou-se para a capital paulista em 1910. Três anos depois foi para a Suíça, onde frequentou a Escola de Belas Artes de Genebra. Viajou pela Espanha e Portugal e, em 1919, voltou ao Brasil.

No ano seguinte, retornou à Suíça e, em 1921, foi para Paris. Nessa época, os movimentos artísticos que haviam introduzido novas estruturas nas artes visuais, como os Cubismo e Dadaísmo, já tinham tido sua fase heróica. Picasso, Braque e Léger, entretanto, continuavam a desenvolver suas pesquisas.

Gomide entrou em contato com esses artistas e, junto a Brecheret e Vicente do Rêgo Monteiro, a artistas latino-americanos e europeus, formou um grupo que ficou conhecido, mais tarde, como Escola de Paris, largamente influenciado pela arte da época. Pintou Paisagem com Barcos e Ponte de Saint Michel, duas obras que mostram claramente suas pesquisas cubistas, com esquemas idealizados, formas sintéticas e fatura com espatuladas geometrizadas.

No entanto, os verdes claros, azuis, amarelos e vermelhos diluem a atmosfera cubista. Nesse período, Gomide desenhou estamparias para tecidos e vendeu aquarelas e desenhos nas ruas de Paris. Voltou para São Paulo em 1926. Fez ilustrações para a Revista de Antropofagia. Nessa década, sua obra tem fortes traços da Art Déco, tendo sido uminovador nas artes decorativas em São Paulo. Fez vitrais para igrejas, além de cerâmicas, objetos e tapeçarias.

As influências desse período são exemplificadas, neste percurso, por Estudo para Estamparia, números 7 e 15, e pelas aquarelas Pierrô e Colombina e Duas Figuras I. Gomide desenvolveu temas religiosos a partir de 1922, quando foi para Tolouse, no Institut Catholique, trabalhar com Marcel Lenoir. Conheceu a técnica de afresco e expressou-se através desse meio inúmeras vezes.

O óleo Cabeça de Cristo e a aquarela Estudo para Santa Ceia refletem essa técnica e a temática renascentista estudada com Lenoir.

No ano de 1932, data da Revolução Constitucionalista, fez aquarelas e gravuras com temas militares. Posteriormente, fez gravuras com temas populares e afro-brasileiros, além de vários nus femininos. Participou da fundação do CAM, Clube dos Artistas Modernos.

Nos anos 40, foi professor de arte em São Paulo. Em 1951, participou da I Bienal Internacional de São Paulo.

No final da vida foi perdendo a visão e passou a utilizar cores mais fortes. Quando não pôde mais pintar, dedicou-se à escultura. Morreu aos 72 anos, em 1967, em Ubatuba -SP. 

                           

 

Cronologia



1895 – Nasce na cidade de Itapetininga, São Paulo;



1913 – Muda-se para a Suíça, onde freqüenta a Academia de Belas Artes de Genebra até o ano de 1918;



1920/21 – Passa um ano no Brasil;



1921/1929 –Monta seu ateliê em Paris, onde tem contato com as vanguardas européias e artistas modernistas brasileiros;



1929 – Retorna definitivamente para o Brasil;



1932 – Dedica-se ao movimento modernista, fundando a Pró-Arte Moderna e dirige o Clube dos Artistas Modernos, participa da I Exposição de Arte Moderna e faz parte da Revolução Constitucionalista;



1934/37 – Viaja pelo interior do Estado de São Paulo junto com Paulo Duarte e colabora com o levantamento das igrejas do século XVII para o Iphan;



1951- Participa da I Bienal de São Paulo;



1952/54 – Dá aulas de desenho no Museu de Arte Moderna de São Paulo;



1960 – Começa a esculpir, pois problemas de visão o impedem de pintar;



1964 – Muda-se para Ubatuba;



1966 - Perde totalmente a visão;



1967 – Morre no dia 31 de agosto em Ubatuba. 



*FOTO: VERNASCHI, Elvira. Gomide. Editora da Universidade de São Paulo (pág. 13); São Paulo, 1989.

 

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JOSÉ LUIZ NOGUEIRA

 

 

 

 




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