Foto da maquete de Fábio Barros no Centro Cultural Brazílio Ayres de Aguirre
Páteo da Igreja quando da fundação de Itapetininga
A criação da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres deu-se em 6 de novembro de 1771, como relatado no Livro do Tombo, a fonte informativa mais antiga de Itapetininga.
O primeiro assento de batismo nos livros da Paróquia data de 20 de janeiro de 1772, sendo o seu primeiro vigário o Padre Ignácio de Araújo Teixeira.
A Imagem existente em Itapetininga foi esculpida na década de 1940 e o artista trabalhou dois anos na execução da obra. Tem cerca de dois metros de altura e representa a Virgem com o Menino Jesus ao colo, segurando um cetro na mão direita e está apoiada sobre nuvens, com vários Querubins aos pés.
O planejamento da Imagem é bem trabalhado, muito rico e exuberante, bem como estilo barroco, muito em evidência na época.
A Imagem pela sua beleza e valor artístico, além de ser muito venerada em Itapetininga, constitui, também, uma das atrações do majestoso templo, do qual é a Padroeira. Por ser Nossa Senhora dos Prazeres a Padroeira da primeira paróquia, historicamente, de toda região que constitui a Diocese, tornou-se então a padroeira de toda a Diocese de Itapetininga.
No dia 16 de maio de 1885 badalaram pela primeira vez os sinos da imponente torre da nova Igreja Matriz de Itapetininga, construída na gestão do Padre Francisco de Assunção Albuquerque, falecido em 1878.
Em 16 de setembro de 1945 deu-se o lançamento da pedra fundamental na nova igreja, sendo vigário na época o Cônego Antônio Brunetti. O projeto é de autoria do renomado arquiteto Dr. Benedito Calixto de Jesus Neto, autor de mais de 300 projetos de Igrejas no Brasil, bem como da Basílica Nacional de Nossa Senhora Aparecida, na cidade de Aparecida.
A construção desta terceira Igreja Matriz durou mais de vinte anos e mobilizou toda a população itapetiningana.
Esta igreja é um templo de estilo romano, formado de cruz latina, com uma torre lateral do lado esquerdo e o batistério do lado direito. Sua construção ocupa mais de dois mil metros quadrados, sendo um dos grandes templos católicos do estado de São Paulo. Está situado no centro da cidade, o marco zero do município.
Foto de 1914
O bayrro de Tapitininga foi elevado à Vila em 5 de novembro de 1770.
A criação da Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres deu-se a 6 de novembro de 1771, como relatado no Livro de Tombo, a fonte informativa mais antiga de Itapetininga.
A Paróquia a 6 de novembro de 1771, o que se evidencia do fato de ser de 20 de janeiro de 1772 o primeiro assento de batismo nos livros da Paróquia, sendo seu primeiro vigário, o Padre Ignácio de Araújo Teixeira.
Os velhos documentos não assinalam com exatidão a data da construção da primeira matriz. Sabemos que ela foi construída muitos anos depois da Capela feita por Domingos José Vieira, num prazo de menos de dois anos.
É essa velha matriz, da qual não possuímos muitos dados, que os historiadores itapetininganos concluíram ser a que foi visitada e citada pelo cientista francês Saint-Hilaire quando aqui esteve.
Foi constatado que a imagem que ornava o altar-mor da primitiva igreja matriz não era a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres e sim de Nossa Senhora da Mercês.
Vários estudiosos de arte sacra concordaram com o naturalista e escritor francês. Mesmo assim, tal imagem foi conservada até a construção da atual matriz, quando foi localizada pelo professor Antonio Antunes Alves e pelo arquiteto Benedito Calixto, na igreja de Guararapes, em Pernambuco, a imagem de Nossa Senhora dos Prazeres, trazida pelos portugueses durante a época das guerras contra a Holanda.
Foi desse modelo original que o escultor Alfredo Oliani retirou os elementos mais importantes para esculpir, em madeira, a réplica que se encontra no altar-mor da atual matriz.
Com respeito à segunda matriz, sua construção foi iniciada em 4 de agosto de 1862 pelo padre Francisco de Assunção Albuquerque, então vigário da paróquia. Ao dar início aos trabalhos de construção, o padre Albuquerque constatou que o dinheiro arrecadado pelos fiéis não seria suficiente para tal empreitada. Como um bom político que era, resolveu pedir verbas para o governo. Infelizmente quando foram liberadas verbas para “Despesas de Matrizes”, Itapetininga foi excluída da lista por motivos políticos.
O pároco continuou trabalhando e após dois anos do início das obras, quando já estava concluída a primeira fase dos trabalhos, os gastos somavam 8:000$000, quantia bastante elevada para a época pois representava apenas os donativos de seus fiéis. Nessa época as grossas paredes de taipas estavam devidamente socadas e poderiam resistir as intempéries, como se fossem de pedras.
Vários incidentes marcaram as diversas fases da segunda matriz. O padre Albuquerque foi várias vezes acusado de administrar mal o dinheiro arrecadado nas Festas do Divino Espírito Santo e de outras campanhas em prol da construção da Matriz. Um dos incidentes mais graves ocorreu quando o suplente de delegado, Xisto Leme Brisola, acusou o padre Albuquerque de desonesto. Não se contendo, o padre procurou o ofensor e, após discutirem, trocaram empurrões e acabaram duelando. O suplente de delegado com uma bengala com um grande punhal embutido na ponta e o padre com uma bengala comum. O último saiu vencedor após ter dado uma bengalada na cabeça do ofensor. Ambos foram presos e o padre teve que pagar fiança para ser libertado.
Apesar de ter enfrentado calúnias e intrigas políticas, o padre Chiquinho, como era carinhosamente chamado, após treze anos, no dia 16 de março de 1885, conseguiu inaugurar a segunda matriz.
Igreja Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres - Foto do ano 1920
Segunda matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, demolida em 1948
Essa matriz de taipa, era bastante sólida e estava muito bem conservada e certamente teria resistido até os nossos dias. Mas foi demolida entre 1947 e início de 1948. Na ocasião, vários itapetininganos concordavam que a matriz já era acanhada para o grande número de fiéis e que se tornava necessário a construção de uma nova igreja, maior e mais confortável.
Pensou-se em construir a atual matriz ou na avenida Peixoto Gomide ou no antigo Largo “Pedrinho Rosa”.
Quando consultado sobre o problema da demolição da antiga igreja, o ilustre itapetiningano Dr. Júlio Prestes de Albuquerque de imediato não concordou. Depois opinou que a nova igreja deveria ser construída no quarteirão localizado atrás da matriz e quando a majestosa igreja ficasse pronta, a antiga seria demolida, aumentando-se assim o Largo da Matriz. Tal proposta não foi aceita porque no local já existiam inúmeras casas e os gastos ainda seriam maiores. Depois o próprio Júlio Prestes abriu a lista de doações, com trinta contos de réis, o que na ocasião representava uma grande quantia.
Infelizmente os adeptos do “deitar por terra” venceram e a nossa segunda matriz não foi preservada.
A atual Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, portanto a terceira matriz, foi idealizada pelo padre Antônio Brunetti que ficou deslumbrado com uma igreja que visitou na costa da Lombardia, na Itália.
O arquiteto Benedito Calixto de Jesus Neto foi o responsável pelo projeto, que serviu também para construção, em proporções maiores, da Basílica de Aparecida.
Nota: Quando estivemos em Aparecida visitando a Basílica de Nossa Senhora Aparecida e procuramos saber a respeito da construção daquela igreja, nos contaram que o arquiteto Benedito Calixto de Jesus fez o projeto baseado na Basílica do Santuário Nacional da Imaculada Conceição - Arquidiocese de Washington.
No dia 16 de novembro de 1945 ocorreu o lançamento da pedra fundamental e a construção da nova matriz foi iniciada no ano seguinte. O professor Antonio Antunes Alves recebeu do padre Brunetti, pouco antes de sua súbita morte, em 1º de junho de 1948, a incumbência de se responsabilizar pela tesouraria das obras da igreja.
Entre os párocos que aqui estiveram destacou-se a figura do cônego Luiz de Almeida Moraes que durante quase trinta anos, de 1956 a 1983, que aqui permaneceu trabalhou incansavelmente em prol das obras da matriz.
Durante todos esses anos, até a sua morte em 1974 o professor Antonio Antunes Alves administrou as finanças da matriz, que levou mais de vinte anos para ser concluída. Sem dúvida, a honestidade do tesoureiro contribuiu de forma decisiva para o término da nossa terceira matriz. Pelos serviços prestados à comunidade e à Igreja foi agraciado pelo Vaticano com o título de comendador.
O grandioso templo bem que merecia estar no meio de um praça toda arborizada e florida e não como está hoje, com calçadas reduzidas e a frente ocupando parte da Rua Monsenhor João Soares.
Sem dúvida os itapetininganos de hoje se orgulham dessa obra monumental, mas aqueles que se interessam pela nossa história lastimam a demolição da antiga matriz, porque tendo sido construída no final do século passado representava o sacrifício e o dinamismo dos nossos antepassados e o trabalho incansável dos escravos que levaram décadas para construí-la.
Vídeo contando a comentando a história de nossa igreja, atualmente
Catedral Nossa Senhora dos Prazeres
Clique aqui e assista o vídeo que foi feito pelo Maurício Hermann de Souza por ocasião da comemoração dos 247 anos de existência da Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres.
Veja também histórico da Catedral em
https://jlnogueira.no.comunidades.net/catedral-nossa-senhora-dos-prazeres
Veja este comentário feito por Marilda Izzo