TENENTE URIAS EMÍGDIO NOGUEIRA DE BARROS
OUTRAS INFORMAÇÕES
O tenente Urias habituado as viagens a cavalo, desde os primeiros anos de sua vida, em companhia de seu pai tornou-se grande sertanista, depois de atingir a maioridade, fazendo viagens sucessivas da terra onde nascera à Casa Branca, passando por trilho através de campos áridos, de mata virgem, serras erios caudalosos, de que resultou a sua localização em Casa Branca.
Conhecedor da fertilidade das terras que encontrou nessa região, resolveu a fazer com o que o seu pai e todos da família viessem se estabelecer nesse então sertão.
Em 1820 tomou posse em nome de seu pai, da Sesmaria da Zabelonia, à margem do Rio Pardo. sesmaria que mais tarde fôra vendida a D. Tomaz de Molina, rico espanhol que para lá se transferiu. Dom Tomaz de Molina montou no local uma fábrica de moedas de cobre com valores de 10, 20, 40 e 80 réis. Em 1840 estas moedas perderam metade do valor, sendo rermarcadas e as de 80 réis desapareceram.
Dom Molina também também desapareceu depois de algum, tendo em vista a perseguição do governo.
Pelo que vimos nos microfilmes dos maços de população da época, o Tenente Urias declarou em 1825 que vivia da lavoura e criação de animais. Tinha na época 6 escravos.
No censo de 1829 já constava ele como viúvo de sua primeira esposa Constança e tinha 9 escravos lhe servindo.
Atuou como Juiz de Paz de 1832 a 1836.
Numa certidão da Junta Paroquial da Freguesia de Nossa Senhora das Dores de Casa Branca, datada de 29 de março de 1833 consta o Alféres Urias Emigdio Nogueira como Juiz de Paz e Presidente da Mesa, para escolher eleitores com a finalidade de elegerem deputados para a assembléia Geral do Imperio do Brasil.
O Tenente Urias com o seu espírito empreendedor chegou a possuir diversas sesmarias em diversos pontos do hoje Estado de São Paulo, fixando residência no ultimo quartel de sua vida em São Miguel Arcanjo, antigamente denominada Fazenda Velha, depois de ter ocupado em Casa Branca honrosos cargos públicos.
Em 24 de outubro de 1836 foi documentada a compra de um sítio localizado no distrito de São Miguel do Turvo,
na Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga. As divisas mencionadas são a barra do "Laranja Azêda e a Fazenda Velha". Em 16 e 27 de janeiro de 1837 foram feitas novas escrituras de compras de partes das terras na Fazenda Velha. Em 7 de fevereiro de 1837 o Tenente Urias adquire novas terras situadas nos Ribeirões do Turvinho e do Lageadinho, na Vila de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga. Estas terras foram as primeiras aquisições do Tenente Urias na região de Itapetininga. Em 1856 surgem outras escrituras e posses de terras relativa ao sítio Ponte Alta, registradas na Paróquia de Itapetininga no livro 152 sob nð 125 - página 40 e nð 721 - página 122).
Na Paróquia de Iguape constam os Registros nð 224 e 225 nas páginas 74-verso e 75 do livro nð 64, as terras do Assungui da Boa Vista, ponta de Cabeceiras do Ribeirão Fundo. (R.G.Daunt - 1957/páginas 13/122/123)
Não obstante a sua moradia em pleno sertão não deixava os hábitos de fidalguia, mesmo nas suas viagens à cavalo, que as fazia de chapéu de pêlo de copa alta.
Tornou-se conhecedor de muitas plantas medicinais, mesmo porque, dada a não existência de médicos e a sua vida no sertão, teve precisão de conhece-las para aplica-las quando necessário.
Como empreendedor, com os escravos que trouxera de Casa Branca, tatou do desbravamento das matas não só para a cultura do necessário à subsistência de todos, também de outra, inclusive a de trigo, já então com excelentes resultados.
Habituado a viagens à cavalo, a ultima que fez da sua Fazenda Velha à Casa Branca foi em 1875, contando então com 85 anos de idade.
(GP de Silva Leme - volume VI - páginas 401 e 402
O tenente Urias foi senhor das seguintes sesmarias: Bocaina, em S. Simão; Cachoeira, Jardim, e Rio Verde, (hoje Itabi), em Casa Branca; Assunguy, em Iguape; Rio Verde, na Faxina; Antas, em Lençóis, onde hoje está a povoação
da Ilha Grande no município de Santa Cruz do Rio Pardo; Fazenda Velha, em Itapetininga, hoje pertencente ao município de S. Miguel Archanjo, cuja igreja recebeu em doação feita por Miguel Terra, genro do dito tenente Urias, o patrimônio em terras da mesma fazenda.
Após o falecimento de sua primeira esposa, com apenas 30 anos de idade, em Mogi Mirim, o Tenente Urias, com 8 filhos ainda pequenos, conheceU Maria Bárbara de Jesus, viuva do Alferes Emerenciano Alves Machado, com quem veio a se casar em fins de 1834. Ela tinha um filho com o nome de Mizael Clementino Machado.
Três filhos homens teve o Tenente Urias e mais seis filhas mulheres.
O filho mais velho Antonio Albino e o filho mais novo Urias morreram antes dele.
Conhecida como a "Capital da uva Itália", por ser uma das maiores produtoras de uva do País, São Miguel Arcanjo começou a surgir a partir da doação de uma extensa área de terras para o patrimônio de uma capela sob a proteção do Arcanjo São Gabriel. A doação foi feita por dona Maximina Nogueira Terra, filha do Tenente Urias Emigdio Nogueira de Barros, mineiro de Baependi que se instalou no antigo bairro Fazenda Velha, em Itapetininga, para alí formar um núcleo habitacional.
Além da família do tenente, muitas outras contribuiram para o surgimento do município, entre elas as de Arantes Noronha Galvão, Souza Nogueira, Santos Terra, Alves Machado, Fogaça de Almeida e Leme Brisola. Foi graças a elas e de colonos das várias fazendas que se formaram na região que em 12 de maio de 1877 São Miguel ganhou a condição de freguesia. O status de município viria mais tarde, em 1889, com a promulgação da Lei nð 88, no dia 1ð de abril e a sua consequente instalação oficial e definitiva em 30 de outubro do mesmo ano.
Tristão andava quase desnudo, porque não queria que seus movimentos fossem tolhidos e para não perder as suas vestes, que se rasgavam ao contato da mata bravia. Quando voltava às povoações, colocava suas roupas, evitando chocar os moradores. Homem muito inteligente, Tristão cuidava de demarcar as terras para a coroa, mas nunca esquecia de reservar para si e sua família grandes extensões destas áreas. Décadas depois, após as demarcações, ele trouxe várias famílias para ocuparem a região, entre eles; as famílias Tobias, Barbosa, Pereira, Lopes e Oliveira. Supõe-se que as áreas demarcadas por ele atingiram a incrível monta de 300.000 alqueires.
Anos depois, somente o Tenente Urias, responsável pela fiscalização destas terras, amealhou para si mais de 30.000 alqueires.
O Tenente Urias aparece numa relação de 1845 dos integrantes do Registro de Cavalaria da Milícia Imperial em Itapetininga, na qualidade de reserva e morador no 12ð Quarteirão de Itapetininga, na época Fazenda Velha. (Arquivo Público do Estado de São Paulo - Oficios diversos de Itapetininga - anos de 1841 a 1848)
http://historiadejuquia.tripod.com/6semana.html
O tenente Urias foi senhor das seguintes sesmarias: Bocaina, em S. Simão; Cachoeira, Jardim, e Rio Verde, (hoje Itabi), em Casa Branca; Assunguy, em Iguape; Rio Verde, na Faxina; Antas, em Lençóis, onde hoje está a povoação da Ilha Grande no município de Santa Cruz do Rio Pardo; Fazenda Velha, em Itapetininga, hoje pertencente ao município de S. Miguel Archanjo, cuja igreja recebeu em doação feita por Miguel Terra, genro do dito tenente Urias, o patrimônio em terras da mesma fazenda.
O Tenente Urias faleceu com quase 90 anos. Seu inventário foi aberto em Itapetininga no dia 31 de outubro de 1881.
No ano de 1971, no dia 1ð de junho, 90 anos após sua morte, aparece publicado no Diario Oficial do Estado de São Paulo, um Edital da comarca de Itapetininga, no Juizo e no Cartório deo 2ð ofício, citando os herdeiros do Tenente Urias Emygdio Nogueira de Barros para falarem e acompanharem os feitos em todos os termos, por intermédio de advogado, referente as primeiras declarações prestadas pelo inventariante Sr. Miguel Arantes Galvão que descreveu como pertencente ao espólio uma porção de terras no sítio "Assungui", parte no município de Sete Barras e parte no município de Piedade, registrado no livro nð 3, fls 828, em Termos de Terras da Paróquia de Nossa Senhora das Neves de Iguape, uma outra sorte de terras no sítio Boa Vista, ponta da Cabeceira do Ribeirão Fundo, registrado no mesmo livro.
Esta notícia chegou ao conhecimento de meus tios Carlos de Oliveira Camargo e sua esposa Genny Emigdio Nogueira Camargo, bisneta do Tenente Urias. Na época meu tio contratou um advogado de São Paulo e foram ao Forum de Itapetininga estudar o processo.
Voltaramn com boas noticias. Teria que ser feita uma procuração de cada de meus tios, inclusive meu pai a favor do advogado para defender a nossa causa. O advogado se propos a pagar todas as despesas que houvesse com o trâmite do processo e como paga queria apenas 1/7 avos do resultado. Feitas as procurações, sairam o tio Carlos, a tia Geni e meus primos José Benedito e a Telma no primeiro final de semana foram até Botucatu onde residia o tio Urias Emigdio Nogueira com sua esposa Ana Rosa e sua filha Ana Lucia. O tio Urias não assinou a procuração, por motivos que até hoje desconhecemos. Voltou minha tia Geny para São Paulo e na semana seguinte foram até Ibiuna a procura de outro irmão, no caso o meu pai João Emidio Nogueira. Ele também não assinou a procuração ao advogado. Não sei o que se passava na cabeça desses meus tios e de meu pai. Só sei que não tinham nada a perder. Um advogado que tudo faria para ganhar uma ação e ser mais um entre dos herdeiros.
Na semana seguinte minha tia Geny e sua comitiva foram para Itapetininga. Lá tinha o tio Miguel, Tia Maricota, e o Tio José. O tio Miguel assinou e a tia Maricota também, mas o tio José não assinou.
Assim não conseguiram o mínimo necessário de assinaturas para continuarmos o processo.
Conforme o Professor Mário Arantes: " TENENTE URIAS FOI UM GRANDE SERTANISTA VINDO EM SUCESSIVAS VIAGENS DE BAEPENDI PARA CASA BRANCA, PASSANDO POR TRILHAS , ATRAVES DE CAMPOS ERMOS E TERRAS VIRGENS, ATRAVESSANDO SERRAS E RIOS CAUDELOSOS COMO SO O RIO VERDE, O SAPUCABY EM MINAS E O PARDO EM SO PAULO, COM GRANDES DIFICULDADES.ENCANTADO PELE BELESA DAS MATAS, PELE FERTILIDADE DAS TERRAS QUE ENCONTROU EM CASA BRANCA, CONVENCEU SEU PAI QUE DEVERIA VIR COM SUA FAMLIA ESTABELECER-SE NESSE SERTO. casou-se com Constância Felisbina da Cunha.
No livro Grandes Famílias de Lençóis Paulista e Macatuba, editado pela Eco - Editora e Folha Popular Ltda de Lençóis Paulista, na página 96, onde o autor conta a Saga do Capitão Apiaí, tem uma menção ao nosso Tenente Urias: "Em 1857 o informante Urias Nogueira de Barros relata ao governo imperial uma excursão pela região em 1838. Ele relata sobre um conflito entre brancos e índios, em que umaq família teria se recusado a abrir e disparado tiros pelos buracos das portas. Relatou que o Capitão Ignácio Dias Baptista e uma menina de onze anos teriam morrido nesse conflito."