Melo Moraes, importante família de historiadores e intelectuais estabelecida em Alagoas. A união dos dois sobrenomes teve princípio no Capitão-Mor Alexandre José de Mello, que deixou numerosa descendência do seu cas., por volta de 1814, com Ana Barbosa de Araújo Moraes, parente próximo do Marquês de Olinda, do eminente filósofo Antônio de Moraes e Silva, autor do Dicionário da Língua Portuguesa, editado em 1789, em Portugal [ver família Moraes e Silva] e quarto avós do poeta Vinícios de Morais.
Entre os descendentes do casal, registram-se:
I - o filho, Dr. Alexandre José de Mello Moraes [23.06.1816, Maceió, AL - 06.09.1882, Rio, RJ], desde criança, órfão de pai e de mãe, aos oito anos de idade, foi sua educação entregue aos cuidados de dois tios, ambos frades, um carmelita e outro franciscano, os quais bem pouco se ocuparam com a educação de seu sobrinho. Entretanto, já aos 16 anos de idade, devido aos p´roprios esforços, já lecionava em dois colégios, na Bahia, e, com tais recursos matriculou-se na Faculdade de Medicina. Doutor em Medicina [1840]. Iniciou, clinicando na Bahia, como alopata. Abraçou, mais tarde, o sistema de Hahnemann, que ainda seguiu no Rio de Janeiro. Médico do Convento de Santo Antõnio. Deputado à Assembléia Geral Legislativa, por Alagoas [1869-1872]. Grande historiador. Por sua iniciativa criou-se a primeira biblioteca pública de Alagoas [1859], doando boa parte de livros da sua biblioteca particular. Publicou mais de 50 livros, entre eles, a famosa «Chorographia histórica, chronographica, genealógica, nobiliária e política do império do Brasil, 4 tomos [1858-1850].
Com geração dos seus dois casamentos; do segundo, procede o poeta Vinícius de Moraes;
II - o neto, Dr. Alexandre José de Mello Moraes Filho [23.02.1843, BA -], médico, escritor e também historiador, filho do primeiro casamento do anterior. Doutor em Medicina pela Universidade de Bruxelas, Bélgica;
III - o quarto neto, o poetinha Marcos Vinícius de Moraes [1913, Rio, RJ - 1980, idem]. Formado em direito pela Faculdade Nacional de Direito, RJ [1934]. Crítico de cinema, escrevendo para o jornal A Manhã [1940]. Em 1938, recebeu bolsa do Conselho Britânico para a Universidade de Oxford. De volta ao Brasil, ingressou, por concurso, na carreira diplomática [1943]. Vice-Cônsul do Brasil em Los Angeles, EUA [1946]. Serviu em Paris, França [1953-1956] e Montevidéu, Uruguai [1958-1960]. Participou do movimento da Bossa Nova. Autor de várias composições, de grande sucesso, em parceria com Tom Jobim, Carlinhos Lira, Badem Powell, Edu Lobo, Francis Hime, etc. Autor de numerosas e clássicas obras literárias, entre outras: A Transfiguração da Montanha [poema, publicado na revista A ordem, dirigida por Trsistão de Athayde, 1932]; O Caminhos para a Distância [versos, 1933 - livro de estréia]; Forma e Exegese [poesia, 1935 - prêmio da Sociedade Felipe de Oliveira]; Ariana, a Mulher [poesia, 1936]; Novos Poemas [poesia, 1938]; Cinco Elegias [1943]; Poemas, Sonetos e Baladas [1948]; Pátria minha [1949];Antologia Poética [1955]; Orfeu da Conseição [peça teatral, música de Tom Jobim, 1956 - premiada no IV Centenário da Cidade de São Paulo. Transformado em filme, com o título de Orfeu negro, 1958 - Primeiro Prêmio, no Festival de Cannes]; Livros de sonetos [1957]; Novos poemas [1959]; Poesias Completas [1960];Cornélio e o peregrino [1961]; Procura-se uma rosa [1962]; Para viver um grande amor [1962]; Garota de Ipanema [composição, com Tom Jobim, 1963]; Arrastão: os amantes do mar [filme, realizado na França, roteiro de Vinícius, 1966]; Para uma menina com uma flor [1966]; Breves momentos [1977]; Arca de Noé n.º 1[disco, com poemas infantis musicados]; Arca de Noé n.º 2 [disco, com poemas infantis musicados]. Com geração.