Lopes, Lopez, sobrenome de origem luso-espanhol. É este um patronímico, motivo pelo qual existirão inúmeras famílias que o adoptaram por apelido sem terem a menor ligação entre elas.
De duas famílias Lopes, no entanto, é possível traçar a genealogia e verificar os ramos: os Lopes de Ciudad Rodrigo, de um ramo passou ao nosso país no séc. XV, e os que derivam de João Lopes, cavaleiro da Casa da Infanta D. Joana, beatificada como Santa Joana, filha de D. Afonso V.
Tendo servido este monarca na defesa de Arzila e conquista das cidades de Tânger e Anafé, o Africano concedeu-lhe em 6 de Junho de 1476 carta de novas armas
Da baixa latinidade Lupici.
Aparece a forma Lupicus numa inscrição. Forma antiga: Lopez.
Nunes dá uma forma Lopiz, em documento do século XI (Antenor Nascentes, II, 177).
Patronímicos são apelidos que consistem numa derivação do prenome paterno. No latim ibérico constituiu-se esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”.
É quase certo que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as desinências latinas da 2ª declinação.
Assim, por evolução fonética temos no português medieval -ez (escrito -es, porque átono) -iz, -az(escrito -as, quando átono). Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro).
Brasil:
Assim como os demais patronímicos antigos - Eanes, Fernandes, Henriques, etc. - este sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu vasto território.
Sobrenome de inúmeras famílias espalhadas por todo o Brasil: Ceará, Pará, Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Alagoase São Paulo, entre outras.
No Rio de Janeiro, entre as quase 140 famílias com este sobrenome, dos séculos XVI e XVII, temos: Afonso Lopes [c.1601- ?]; Fernão Lopes [c.1641 - 1711, RJ]; João Lopes [c.1618- ?]; Luiz Lopes [c.1566, Lisboa, Portugal- ?]; Miguel Lopes [c.1627 - a.1679]; Manuel Lopes Alvares [c.1571- ?]; João Lopes do Lago, capitão [c.1622 - a.1665]; Cristóvão Lopes Leitão, capitão [c.1610 - 1676]; João Lopes Pinto, licenciado [c.1556- ?]; etc.
Quase todos deixaram descendência (Rheingantz, II, 404). No Rio Grande do Sul, entre as mais antigas, registra-se a de Pedro Lopes [de Chaves], fal. em 1738, na Colônia do Sacramento, onde deixou geração, por volta de 1722, com Maria Gonçalves [da vila de Mugadouro].
Em Pirinópolis, Goiás, descendem do padre Simeão Estilita Lopes Zedes [c.1835, Luziânia, GO - 1899, Pirinópolis, GO], que deixou geração, por volta de 1862, com Margarida Gonçalves do Amor Divino [c.1839, Luziânia, GO - 1897, Pirinópolis, GO] (J.Jayme, Pirinópolis, III, 361).