Miranda, sobrenome muito antigo e de origem espanhola.
Também usado por judeus sefarditas na Espanha e Portugal.
Se tem por fundador desta linhagem a Dom Álvaro Fernández de Miranda, cavaleiro que gozou da confiança do Rei Dom Ramiro I, a confiança foi tal, que ele influenciou poderosamente a decisão do Rei Dom Ramiro I de se negar a pagar o tributo de cem donzelas cristãs, no ano 783 para o usurpador do trono Meregato, que havia comprado a aliança e ajuda de Abderramán I, Califa dos mouros.
Álvaro Miranda foi também um dos guerreiros que mais valentemente combateu na memorável batalha de Clavijo entre os exércitos de Dom Ramiro e os de Abderramán e cujo resultado foi a abolição do tão odioso tributo imposto ao Reinos das Astúrias e de León ( Leão ).
Sobre este tributo entendemos de interesse reproduzir aquele que escreve Tirso de Avilés:
“ E parece que os Conselhos de cangas e Tineo deviam por tributo cinco donzelas filhas de alguns fidalgos e os mouros as haviam levado consigo, mas na margem do Rio Sil, vindo de Santiago um certo Álvaro Fernández Miranda, se dispôs a libertá-las, lutou bravamente com os cinco mouros e vencendo-os libertou as donzelas e as levou de volta para casa de seus pais. Foi alí que o Rei Dom Ramiro percebendo a bravura de Álvaro Miranda resolveu não mais pagar o tributo de cem donzelas, mediante ser um menosprezo e uma desonra para Deus e sua.
Esta atitude encorajou outros cavaleiros de Ponce de León. Por ânimo seu, o Rei Dom Ramiro, junto com a sua gente saiu de Léon contra os mouros, os quais já viam contra ele por haver negado pagar o dito tributo na cidade de Clavijo, os excércítos de Ramiro foram vencedores, segundo reza a lenda com a ajuda divina. Em memória desta conquista foi feito uma festa onde particparam todas as donzelas da cidade de Léon, no dia de Nossa Senhora de Agosoto.
E por esta batalha dos ditos cinco mouros, dos quais venceu e libertou as donzelas ao tal Miranda foram dadas por armas aos Mirandas e aos Ponce de Léon as cinco donzelas.”