Morais, Moraes, ignora-se se os deste nome o tiraram do lugar de Morais, em Trás-os-Montes ou se provêm dos Morales da Espanha. Os genealogistas atribuem-lhes remotas mas incomprovadas origens, se bem que seja indiscutível que a família já existia em Portugal usando este sobrenome durante a primeira Dinastia.
Moraes, sobrenome de origem geográfica. Topônimo de Portugal.
Plural de um substantivo moral que devia ter significado «amoreiral».
O espanhol temmoral, amoreira, e o sobrenome Morales.
O substantivo desapareceu, ficando só o topônimo e o sobrenome.
Guérios derivou de Murales, muros (Antenor Nascentes, II, 207).
Do espanhol Morales, lugar onde há amoreiras (Anuário Genealógico Latino, IV, 25). O solar desta família é no lugar de Morais, têrmo de Bragança, província de Trás-os-Montes, Portugal. Gonçalo Rodrigues de Morais, senhor de muitos lugares, era descendente dos senhores da cidade de Bragança; em 1217 deu sua ermida de Santa Catarina aos franciscanos, quando foi a Bragança fundar o convento (Anuário Genealógico Latino, I, 67).
Ilha da Madeira: o genealogista Henrique Henriques de Noronha, em sua importante obra Nobiliário Genealógico das Famílias da Ilha da Madeira, composta em 1700, dedicou-se ao estudo desta família [Henriques de Noronha – Nobiliário da Ilha da Madeira, Tomo II, 365].
Brasil:
No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, a de Diogo de Morais, n. no Rio, e fal. antes de 1721. Cas. no Rio, em 1695, com Felícia de Abreu Pereira, n. em Lisboa, e fal. no Rio, em 1721 (Rheingantz, II, 619).
Antiga e importante família estabelecida em São Paulo, procedente, na metrópole portuguesa, de Rui Martins de Morais, alcaide-mor de Bragança [1321], Senhor de Morais, 3.º Padroeiro do Convento de S. Francisco, que deixou numerosa descendência do seu cas. com Alda Gonçalves Moreira. Foram pais de Ignez Rodrigues de Morais, que do seu cas. com D. Mendo Esteves de Antas, da Casa de Vimioso, descendem os Moraes de Antas, de São Paulo.
Deste último casal – Mendo e Ignêz, foi descendente, seu quarto neto, Baltazar de Morais de Antas [Mogadouro – a.1600], que passou para o Brasil, tornando-se tronco de uma das principais famílias de São Paulo. Trouxe carta de Nobreza, passada perante o Juiz de Mogadouro [Carta 11.09.1579], que foi reconhecida perante o Ouvidor Geral da Bahia Cisme Rangel de Macedo.
Em Itapetininga temos diversos ramos da família Moraes/Morais descendentes de Joana de Moraes de Curitiba, casada com Felix Fernandes. Entre outros filhos eles tiveram a Pascoal Leite de Moraes, nascido em 1731 e falecido em Lages-SC. Foi casado com Luzia Leme da Silva, filha de João Dias Mainardi Filho e Timóthea Fernandes. Tiveram pelo menos uns 8 filhos filhos que geraram muitos Moraes/is em Itapetininga e região.
Consultando no CHF de Itapetininga, os microfilmes dos Maços de População da Villa de Sorocaba, localizamos no ano de 1767, página 74-verso a informação de que PASCOAL LEITE tinha 36 anos, era casado com Luzia Leme de 40 anos e morava com os filhos: Geraldo de 11 anos; Francisca de 7; Maria de 5 e Izabel de 2 anos.
Em 29 de agosto de 1777 Pascoal e sua mulher Luzia Leme da Silva vendem uma área à Inácio Lopes Machado.
(Livro 01 do Cartório de Protestos de Itapetininga)
Em 29.08.1777, Pascoal Leite de Morais e sua mulher Luzia Leme da Silva vendem uma área a Inácio Lopes Machado. Todos são moradores da Vila de Nossa Senhora de Itapetininga. Livro 01 do PTI. Silvio Vieira de Andrade Filho.Itapetininga, p.66.
Pascoal aparece nos Maços de População, Censo realizado em Itapetininga no ano de 1778, tendo declarado na ocasião ter 47 anos de idade, morando com sua esposa e mais 7 filhos.
Em 19.02.1793, faleceu sem testamento Luzia Leme, casada com Pascoal Leite.
O sepultamento ocorreu dentro da MNSPI 1154497 do CHF. (Silvio Vieira de Andrade Filho Itapetininga, p.66).
Em 14 de novembro de 1803, já viuvo, Pascoal e os filhos José da Rosa Leite, Maria Leite e Isabel de Camargo vendem por 25$600 um sítio com terras lavradias no bairro do Pinhal para Joaquim Manuel de M. Vasconcelos. (Livro do Cartório de Protestos de Itapetininga).
Em 14.11.1803, o viúvo Pascoal Leite de Morais e os seus filhos José da Rosa Leite, Maria Leite e Isabel de Camargo vendem por 25$600 um sítio com terras lavradias no bairro do Pinhal (Itapetininga) para Joaquim Manuel de M. Vasconcelos. PTI. Silvio Vieira de Andrade Filho Itapetininga, p.66.
A presença de Pascoal Leite de Morais, residindo em Lages, registra-se nos maços de População a partir do Ano de 1807. Mas é sabido que para Lages foi com a família, trazido pelo seu filho cabo José da Rosa Leite, este último já casado e residente em Lages deste 1799.
O capitão Mor de Lages fez uma proposta à Jose da Rosa Leite, para que ele viesse com sua família povoar Lages, em troca de concessão de terras, e assim aconteceu.
Creio que o pai e as irmãs vieram depois que o filho Jose já estava mais ou menos "arranchado" em Lages.
Maços de População de Lages 1808.
"Bairro 3.o de Amolas Facas - Fogo 69
“Pacoal Leite N. de Itapeva 61 V B Planta p.a seo gasto
Filhos:
- Maria 36 S B
- Izabel 31 S B
- José 13 S B
(Tânia)
Outra família foi a de Gaspar Corrêa de Moraes, nascido por volta de 1718, casado com Maria do Rosário.
Em 3 de março de 1773 comprou terras da sesmaria de José Rodrigues Guimarães, no começo do caminho dos Cabaçais Por 29$000, conforme consta no livro nð 01 do Cartório de Protestos de Itapetininga.
Gaspar aparece no Censo realizado em 1777 em Itapetininga.
Morador no bairro do Porto, com esposa e 4 filhos.
Aparece ainda seus cunhados, morando na mesma casa. Rita de 50 anos e Gertrudes Soares de 46 anos.
GP de Silva Leme - volume V - pagina 443.- Título ALVARENGAS
5.ð
1-5 Gaspar Corrêa Moreira foi casado com Anna Pedroso de Moraes, da Conceição dos Guarulhos. Teve q. d.:
2-1 Manoel Pedroso de Moraes, casado em Taubaté com Rosa Maria de Jesus, f.® de Álvaro Soares Fragoso, de Santo Amaro, e de Catharina de Unhatte. Tit. Garcias Velhos. Teve
3-1 Manoel Corrêa de Moraes, casado em 1778 em Itapetininga com Anna Maria de Godoy, f.® de André José Almeida. Tit. Godoys.
3-2 Maria do Nascimento, de Taubaté, casada em 1778 em Itapetininga com José Leme, f.ð de André José de Almeida e de Gertrudes de Godoy do n.ð 3-1.
2-2 Gaspar Corrêa de Moraes, f.ð do 5.ð, casou com Maria do Rosario, f.® de Álvaro Soares Fragoso e de Catharina de Unhatte, de Taubaté. Teve q. d.:
3-1 Pedro Corrêa de Moraes, de Taubaté, foi casado com Anna Lopes de Siqueira, f.® de Manoel Lopes de Siqueira e de Rosa Nunes de Siqueira. Teve q. d.:
4-1 Rosa Maria de Jesus, casada em 1802 em Itapetininga com Lourenço de Oliveira Prestes, de S. Roque, f.ð do capitão Lourenço de Oliveira Ramos e de Beatriz Maria, n. p. de Domingos de Oliveira Ramos, de Santo Amaro, e de Izabel Lourença, da Cotia. Tit. Furtados.
4-2 Maria do Rosario, casada em 1800 na mesma vila com Manoel Ferreira do Passo, f.ð de Vicente Ferreira do Passo e de Rosa Maria de Oliveira. Tit. Domingues.
4-3 José Corrêa de Moraes, casado em 1803 em Itapetininga com Maria Francisca, f.® de José Leme da Silva e de Maria do Nascimento. Tit. Godoys.
3-2 Salvador de Moraes Navarro, de Taubaté, casado em 1801 em Itapetininga com Gertrudes Maria, f.® de José Leme e de Maria do Nascimento.
Pág. 444
3-3 Anna Maria de Jesus casada em 1805 em Itapetininga com José da Costa Neves, de Portugal.
6.ð
1-6 Guiomar de Alvarenga casou 1.ð em 1693 em Taubaté com Manoel Rodrigues do Prado, f.ð de Francisco Borges Rodrigues e de Luzia Rodrigues do Prado, V. 3.ð paga 305; 2.® vez casou com Manoel Sanches Barreto; faleceu com testamento em 1750 em Taubaté. Sem geração.
7.ð
1-7 Maria Bicudo Moreira foi casada com João de Azevedo. Teve q. d.:
2-1 João de Azevedo foi casado e teve q. d.:
3-1 Guiomar Corrêa foi casada com Salvador da Silva e teve q. d.:
4-1 Manoel da Silva Leme, que em 1756 requereu dispensa de parentesco para casar com Maria Barbosa, f.® de Manoel Barbosa Moreira e de Ignez Gonçalves (C. Ec. de S. Paulo).
4-2 Gertrudes da Silva, casada em 1760 (C. Ec. de S. Paulo) com Manoel Alvares Barbosa, irmão de Maria Barbosa do n.ð precedente.
2-2 Capitão Manoel Homem de Azevedo foi casado com Branca Raposo, f.® de Domingos Gomes da Costa e de Beatriz Barbosa, V. 3.ð pág. 30, aí a geração.
8.ð e último
1-8 Maria Moreira de Alvarenga foi casada com Domingos Gonçalves Cardoso.
Cap. 7.ð e último
Antonia de Castilho foi casada. Teve q. d.:
1-1 Joanna Moreira foi casada e teve q. d.:
2-1 Francisco Rodrigues Moreira foi casado. Teve q. d.:
3-1 João Rodrigues de Siqueira, que em 1762 requereu dispensa de parentesco de consangüinidade para casar com Ignacia Corrêa, f.® do capitão Manoel Homem de Azevedo do 7.ð supra. V. 3.ð pág. 30.
Em 21 de fevereiro de 1780 faleceu em Itapetininga com mais ou menos uns 50 anos de idade o Agostinho, escravo de Gaspar Correia de Moraes. Ele foi sepultado no dia seguinte no pátio da Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga.
Em 30 de dezembro de 1780 faleceu com mais ou menos 40 anos de idade, o Antonio, escravo de Gaspar Correia de Moraes. Ele foi sepultado no dia seguinte no pátio da Matriz de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga.
(Genealogia de uma cidade cidade - volume I - José Luiz Nogueira)