Martins, sobrenome de origem portuguesa.
Tratando-se do patronímico de Martinho ou Martim, existirá uma imensidade de famílias que o terão adoptado como apelido sem se encontrarem ligadas por laços de consanguinidade.
A um Diogo Martins fez o Rei D. Sebastião ou a Regente em seu nome a mercê de carta de armas novas, de 18 de Maio de 1560, acrescentando-o cavaleiro-fidalgo da Casa de El-Rei.
Cortesão tirou do baixo latim Martinici.
Formas antigas: Martiniz [documentada em 1025], Martíiz [doc. em 1272] (Antenor Nascentes, II, 193).
Vem de Martim, antigo nome de batismo; e este vem de Marte (Sanches Baena, II, 107).
Patronímicos são apelidos que consistem numa derivação do prenome paterno.
No latim ibérico constituiu-se esse tipo de apelido com o sufixo “-ícus” no genitivo, isto é, “-íci”.
É quase certo que se trata de um sufixo ibérico “-ko”, indicativo de descendência, com as desinências latinas da 2ª declinação.
Assim, por evolução fonética temos no português medieval -ez (escrito -es, porque átomo) -iz, -az (escrito -as, quando átono).
Por exemplo: Lopes (que vem de Lopo), Fernandes (filho de Fernando) e Perez ou Peres ou Pires (filho de Pero, variante arcaica de Pedro).
Em 08.05.1560 foi dado brasão de armas a Diogo Martins, cavaleiro castelhano que passou a Portugal, pela rainha D. Catarina, regente durante a menoridade do rei D. Sebastião.
Outros Martins, também com brasão de armas concedido em Portugal, descendem de Ambrosio Martini, cavaleiro italiano a quem o imperador Maximiliano II, em 02.11.1565, deu brasão de armas (Anuário Genealógico Latino, I, 63).
Brasil:
Assim como os demais patronímicos antigos – Eanes, Fernandes, Henriques, Simões, etc. – este sobrenome espalhou-se, desde os primeiros anos de povoamento do Brasil, por todo o seu vasto território.
No Rio de Janeiro, entre as quase 90 famílias com este sobrenome, nos séculos XVI e XVII, temos: Francisco Martins (c.1568 – a.1619); Álvaro Martins da Câmara (c.1602-); Baltazar Martins Florença (c.1568-), de quem descendem os Martins Jordão; Antônio Martins da Palma (c.1575-), fundador da Igreja da Candelária, RJ; etc.
Quase todas com descendência (Rheingantz, II, 532).