Sobrenome de origem geográfica. O nome é pré-romano.

Em latim Limaea. Outras formas: Limea, Limia. Em português antigo Limia.

Os limas, descendentes de reis godos e suevos, tomaram o sobrenome do rio Lima [Portugal], nas margens do qual viveram e foram senhores (Antenor Nascentes, II, 174).

Sobrenome de inúmeras famílias espalhadas por todo o Brasil: Ceará, Pará, Pernambuco, Paraíba, Amazonas, Bahia, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Alagoas e São Paulo, entre outras.

No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a de João de Lima de Araújo [c.1637 - a.1697], filho de Martim Francisco e de Maria (?) de Araújo. Deixou descendência do seu cas., em 1662, com Maria de Bulhões, filha de Sebastião Serrão de Barros e de Felipa de Bulhões (Rheingantz, II, 401). Rheingantz registra mais 13 famílias com este sobrenome, nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.

Antiga família de São Paulo, para onde passou João da Costa Lima, «o Minhotão» de alcunha, fal. em São Paulo, com test., onde deixou descendência de seu cas., com Inês Camacho, fal. em 1632, SP.

Em Minas Gerais, na região de Juiz de Fora, destaca-se uma família de abastados proprietários rurais, procedente do Cap. José Rodrigues Lima [c.1770, Paracatú, MG -], que deixou numerosa descendência de seu cas., c.1795, com Maria Antônia de Oliveira, «Nhanhã do Campo», filha do inconfidente José Aires Gomes, da família Aires Gomes (v.s.), de Minas Gerais. Entre os descendentes do casal, registra-se, o filho, o Comendador Francisco de Paula Lima [1812-1865], patriarca da família Miranda Lima (v.s.), de Minas Gerais.

Família de origem portuguesa estabelecida no Rio Grande do Sul, para onde passou em 1850, Elói José Fernandes Lima, natural de Ponte de Lima, Portugal, de onde, provavelmente, tirou o seu sobrenome Lima. Assinou termo de declaração, a 03.11.1858, onde informa ter 35 anos de idade, e ser casado com uma brasileira, da qual tem dois filhos: Patrícia e Carolina (Spalding, naturalizações, 101).

Linha Africana: Sobrenome também usado por famílias de origem africana. No Rio de Janeiro, entre outras, registra-se a família de Ana de Lima, «crioula», que deixou geração, por volta de 1655, com Francisco Brás, nasc. em Cascais, Portugal (Rheingantz, I, 266); e a de Domingos de Lima, «negro angola», cas., em 1764, em Colônia do Sacramento, com Angela dos Santos, nat. Cabo Verde, escrava de Mamede João (Rheingantz, Col., 2).

Linha Natural: Em Minas Gerais, por exemplo, há registro de José Antônio de Lima, nat. de Pouso Alto (MG), «filho natural» de Maria Genoveva, que foi cas. em 1825, em Itajubá (MG), com Madalena Maria da Silva, nat. de Itajubá (Mons. Lefort - Itajubá).

Linha de Degredo: Registra-se, no Auto-de-fé celebrado na Praça Grande de Évora, a 18.03.1683, a condenação de três (3) anos de degredo para o Brasil, de Beatriz de Lima, natural de Albufeira e moradora em Faro, «por culpas de judaismo». Era esposa de José de Brito de Sande, que vivia «de sua fazenda».

Nobreza Titular: José Caetano Lima, foi agraciado, a 17.09.1888, com o título de barão de Mogi-Guassu (v.t.).

Heráldica:

I - um escudo em campo de ouro, com 4 palas de vermelho, o que representa as armas do Reino de Aragão;

II - do viscondesa de Lima: um escudo esquartelado: os primeiro e quarto quartéis, em campo de prata, um leão de púrpura, armado de azul, que é da família Silva; nos segundo e terceiro quartéis, em campo de prata, com 3 faixas de ouro enxaquetada de vermelho, de 3 tiras, que é da família Souto-Maior.

O esquartelado flanqueado em pala, à direita, de ouro, com 4 palas de vermelho, que é do Reino de Aragão.

Timbre: o leão do escudo (Armando de Mattos, Brasonário, II, 230).