GENEALOGIA - JOSÉ LUIZ NOGUEIRA 
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OS HOMENS DA PRIMEIRA TELEVISÃO
OS HOMENS DA PRIMEIRA TELEVISÃO

Em 1942 eu trabalhava na loja do Armindo Marasca, uma loja de eletro-mecânica, que ficava na Rua Campos Sales, ao lado da Casa Bazarian.   Ele queria mudar de Itapetininga para Campinas, então resolveu vender a loja. Eu a comprei, mas como não podia trabalhar só, convidei meu irmão Álvaro que morava em Angatuba. Ele veio como meu sócio e organizamos a firma como Álvaro Branco & Irmão. Essa loja, a instalamos em um novo local, quase na esquina das ruas Campos Sales e Lopes de Oliveira. Uma lojinha de uma porta só.  Trabalhávamos com materiais elétricos, consertos e instalações.

 

Foi nessa época que o carioca, Osvaldo Vianna, que tinha uma máquina de beneficiar algodão no Paquetá, comprou, em 1943, o conjunto de prédios na rua Virgilio de Rezende para a instalação de uma fábrica. Toda a parte elétrica da dela fomos nós que fizemos. Também fomos contratados para o mesmo serviço junto às Industrias Reunidas Francisco Matarazzo, que montou uma fábrica de náilon. Lá instalamos todos os duzentos teares. Não instalamos mais porque a energia de Itapetininga era muito fraca.    

 

Ao nosso lado tinha um posto de gasolina que era do Francisco Lisboa, que vendeu para Julio Rolim, que acabou vendendo para o Pires Nardim, que ali formou uma firma de revenda de automóveis. Como o negócio não deu certo, ele nos ofereceu o prédio, que acabamos comprando. Com muito esforço construímos um prédio novo que existe até hoje onde está instalada a Boutique Karina. Era uma loja de três portas enormes. Uma grande loja que foi a maior de eletrodomésticos na ocasião, em Itapetininga. Só depois surgiram a do Benedito Tambelli e a dos Lara. Isso em 1948.

 

Embora fosse uma grande loja tínhamos dificuldades em comprar produtos já que a maioria era importada e estávamos na época da guerra. Com o final da guerra voltamos a comercializar rádios, geladeiras, liquidificadores, enceradeiras, fogões e até mesmo pianos. Tínhamos agora outro problema: a falta de energia elétrica estável que prejudicava os negócios, mas com a garantia de nossa assistência técnica, as pessoas acabavam adquirindo os produtos.

 

Graças a nossa representação exclusiva com a “Westhinghouse” e a Mesbla, desde dos tempos das primeiras geladeiras elétricas, fomos os primeiros a apresentar um aparelho de televisão na cidade. Ele veio a titulo de experiência. Mesmo com um sinal bastante fraco, foi um sucesso.

Quando o sinal era um pouco melhor deixávamos a TV ligada durante o dia e a noite, e a rua ficava entupida de gente. Com a vinda da CESP e a melhoria na energia elétrica os negócios foram ampliando. O mesmo aconteceu com a venda de televisões com a melhoria dos sinais. Mas o forte de nossa empresa era mesmo a assistência técnica.

Como havia feito cursos na Philco, na GE, na Philips e na Brastemp, conhecia bem os eletrodomésticos e atendíamos rapidamente os problemas que surgiram. Nossa oficina chegou a ter diversos empregados coordenados por mim, que era responsável pela assistência técnica. O Álvaro gostava mais da parte administrativa, mas ambos também cuidavam das vendas. Como vendíamos fogões instalamos também uma revenda de gás de cozinha.

 

Grande parte das vendas era feita no crediário. Nós mesmos financiávamos em dez, vinte prestações. Quando apertava a gente descontava o título no banco. As compras para a loja também eram feitas a prazo.

 

Em 1970 vendemos a loja para o Ari Cunhado.

 

Do meu tempo de comércio tenho boas lembranças. Lembro-me, por exemplo, quando assumimos a loja e o serviço nosso era só instalação elétrica. Não tínhamos coisas para vender, já que a energia elétrica era precária. Recordo-me quando começamos a comercializar as primeiras geladeiras, a Clímax, produzida por uma fábrica de São Carlos, que obrigatoriamente deveria ser acompanhada de um regulador de voltagem para poder funcionar. Mesmo assim, a geladeira só funcionava à noite, o que era um problema seríssimo e dava muita manutenção. O mesmo acontecia com o rádio que você precisava ligar em série para funcionar, de tão frágil era a energia elétrica.

 

Hoje o comércio de Itapetininga é assustador para quem conheceu o comércio de antes, como eu.  Itapetininga tinha meia dúzia de armazéns, meia dúzia de açougues, meia dúzia de feiras livres, essas coisas. Hoje você cai de costas com a diferença. Mas para essa diferença, acredito que nós, e muitos outros, demos a nossa contribuição.

Depoimento de

Zenon Moreira Branco

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JOSÉ LUIZ NOGUEIRA

 

 

 

 




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