GENEALOGIA - JOSÉ LUIZ NOGUEIRA 
THEODORO FERNANDES SAMPAIO
THEODORO FERNANDES SAMPAIO

Theodoro Fernandes Sampaio nasceu no dia 7 de janeiro 1855 na zona rural de Santo Amaro da Purificação na Bahia.

Era mulato, filho do padre Manoel Fernandes Sampaio, mas cuja paternidade nunca foi declarada e de uma escrava Domingas da Paixão do Carmo.

Por conta de sua paternidade presumida, jamais foi escravo, mas seus irmãos sim.

Durante o Brasil Imperial (1822-1889) conheceu-se pequena abertura, que permitiu a presença de alguns poucos pretos e mulatos na corte. Não por acaso Theodoro Fernandes Sampaio silenciou sobre sua paternidade, como foi "discreto" acerca da história de sua família, ainda mais de sua mãe e irmãos, por quem, ao que tudo indica, pagou pela liberdade.

Theodoro Fernandes Sampaio Theodoro Fernandes Sampaio (1855-1937), para qualquer paulistano que se preze, é nome de rua, e das mais populares.

Eu me recordo quando fui morar em São Paulo, no bairro de Pinheiros e tinha os bondes Vila Madalena e Pinheiros que passavam pela Rua Teodoro Sampaio. Tinha também o onibus que saia da antiga estação Rodoviária com destino a Pinheiros. Eu fui morar exatamente na Rua Teodoro Sampaio, entre as Ruas Oscar Freire e Capote Valente. Que saudades daquele tempo. 

Já para os baianos, lembra município ou nome remoto. Poucos conhecem vida e obra desse intelectual que participou ativamente da agenda política, cultural e social do país entre finais do século 19 e inícios do século 20.

Engenheiro de profissão, atuou também como geógrafo, urbanista, historiador, cartógrafo, arquiteto, etnógrafo e gravurista. Foi intelectual polivalente, à semelhança de boa parte de sua geração que durante o Império viu nascer um Estado moderno.

E o papel dos engenheiros da Escola Central de Engenharia Militar Politécnica em 1874 foi fundamental.

Era preciso mapear e integrar o país; desbravar os sertões desconhecidos; urbanizar as cidades; cuidar dos transportes e dar ao país um ar civilizado.

No Brasão de nosso IHGGI - Instituto Histórico, Geográfico e Genealógico de Itapetininga que é composto de um escudo modelo moderno, subdividido em 3 campos, temos no segundo campo em fundo prata um batelão com 3 componentes simbolizando a exploração do Rio Itapetininga pelos Engenheiros Theodoro Sampaio, Francisco de Paula Oliveira e J.F. Washington de Aguiar, a partir de pedido da Comissão Geográfica e Geológica da Província de São Paulo em 1886, sendo esta a primeira expedição científica sobre o Rio Itapetininga.

Temos um livro que mostra o resultado desse trabalho. É o relatório sobre os estudos efetuados nos rios Itapetininga e Paranapanema por Teodoro Sampaio e publicado em 1889 e teve uma segunda edição publicada na revista do Instituto Geográfico e Geológico de São Paulo. Esta edição fac-simile é um passeio pela História e um convite para viagens atuais por um rio que ainda está longe de ser conhecido por inteiro.

Nessa obra (Exploração dos Rios Itapetininga e Paranapanema), que conta com excelente apresentação de José Carlos Barreto de Santana, estão reproduzidos desenhos, diários e mapas feitos por um intelectual comprometido. De 1878 a 1886 atuou como funcionário da coroa nos Ministérios dos Negócios da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Nessa condição integrou a Comissão Hidráulica, que tinha como objetivo ampliar o porto de Santos e organizar a navegação no Rio São Francisco, unindo-o aos portos da Bahia, Pernambuco e Rio. Num segundo momento, em 1886, fez parte da Comissão Geográfica e Geológica de São Paulo, quando estudou a situação do rio Itapetininga e Paranapanema. Redigiu relatórios sobre os estudos do mapeamento e navegação fluvial de nossa região. Na capital destacou-se como urbanista e sanitarista e ajudou a criar o Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo, em 1894. No início do século 20 voltou à Bahia, onde dedicou-se a novos projetos sanitários. Por lá virou deputado, tomou parte nos debates da cidade e fundou novo Instituto Histórico e Geográfico, dessa vez o da Bahia. Após deixar a capital paulista em 1904, Theodoro Fernandes Sampaio viveu entre a Bahia e Rio de Janeiro desenvolvendo uma intensa atividade profissional e intelectual até falecer em 1937, na Ilha de Paquetá-RJ.

Criador de novidades e tradições, Theodoro Fernandes Sampaio é um caso exemplar nesse contexto de mudanças rápidas: monarquista declarado, atuou na República e trouxe desenvolvimento aos brasileiros.

Theodoro Sampaio faleceu na cidade do Rio de Janeiro no dia 15 de outubro de 1937, aos 82 anos de idade. 

Da humilde condição de filho de uma escrava, Theodoro Sampaio viria a colocar-se honrosamente na galeria das grandes personalidades brasileiras de todos os tempos.

Rosemeire de Souza o escolheu como patrono de sua cadeira que tem o número 2 no IHGGI - Instituto Histórico, Geográfico e Genealogico de Itapetininga.

 

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JOSÉ LUIZ NOGUEIRA

 

 

 

 




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