GENEALOGIA - JOSÉ LUIZ NOGUEIRA 
TITO CORRÊA DE MELLO
TITO CORRÊA DE MELLO

 

Capitão Tito Corrêa de Mello  nasceu no dia 14 de junho de 1819. Ele faleceu 30 de janeiro de 1907 em Botucatu - SP e foi sepultado no Cemitério de Botucatu - SP.

Filho do Capitão Fortunato Brito Corrêa de Mello e de dona Anna Roza Álvares Bueno Machado de Oliveira e Vasconcellos.

"Aos quatorze de junho de mil oito centos e dezenove annos nesta Se o reverendissimo senhor dotor Chantre Antonio Joaquim baptizou e pos os Santos Oleos a Tito filho de pais incognitos exposto na casa do Capitam Furtunato Correa de Mello; foi padrinho o Senhor Doutor Arcebispo, Vigario Geral Manuel Joaquim Gonçalvez [abrev.] de Andrade, todos desta Se, de que fiz este assento, que assigno. O Cura Jose Jacinto da Silva"

(Paróquia Nossa Senhora da Assunção – Sé, São Paulo, Batismos de 1819-1829: imagem 5, https://familysearch.org).

Ao lado do registro consta:

"Foi legitimado pelo matrimonio que contraiu dito Capitão Mello e Dona Anna Roza Alvares Machado,

como Ella declarou e pediu que fizesse esta nota reconhecendo Tito seo filho. Pelo que assigna comigo.

O Cura Almeida" (Paróquia Nossa Senhora da Assunção - Sé. (...), op.cit.

https://familysearch.org/)

A história de Tito anterior a sua presença em Botucatu, em quase tudo é autobiografia ficcional, conforme se alcança da matéria 'Capitão Tito - notas biográficas', publicada pelo Correio de Botucatu, em 2 de fevereiro de 1907 (CD: A/A, cópia transcrita e cedida por Paulo Pinheiro Machado Ciaccia). Quase todos os estudiosos e autores usam dessa divulgação, como verdade, para os seus trabalhos. 

Pelo que hoje se sabe de Tito, ou por aquilo que revelam documentos resgatados, são muitos os pontos conflitantes, citando-se como exemplos, o ano de nascimento de seu nascimento, em outubro de 1824 quando, em verdade, teria ocorrido em 1819; que ele teria cursado medicina, mas não se formou; e na capital paulista foi empregado em diversas repartições públicas.

Sem dúvidas o Capitão Tito foi homem estudado, de palavras fáceis e boa escrita, servindo sempre para redigir atas e discursos apresentados. Nada se sabe de sua infância, pouca coisa de seu tempo de estudante, certo que educou-se em uma boa escola na capital paulista.

Capitão Tito - um itinerante

A biografia conhecida do Capitão Tito cita-o morador em Itu, Araraquara - onde teve comércio, Tietê, Piracicaba, Rio Claro e Campinas, além das conhecidas e certas as presenças em São Paulo - capital, Itapetininga e Botucatu.

Algumas das passagens de Tito por lugares diversos são atestadas documentalmente, outras por citações pouco ou nada confiáveis, e mais aquelas vindas de adversários políticos e inimigos pessoais.

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Em Itapetininga - um nome importante

Em 1847 Tito encontrava-se em Itapetininga, estabelecido no ramo de comércio. Sem documento comprobatório de tal, e lá casou com a parenta Anna Florisbella Gomes Machado, filha do Capitão José Gomes Pinheiro e de Anna Florisbella Machado.

Teria permanecido aqui por algum tempo, sem informar quanto, como comerciante.

(Correio de Botucatu, 02 de fevereiro de 1907 - op.cit. transcrição).

Tito se insinuava mineiro, o que nunca foi

A citada biografia de Tito publicada no citado Correio de Botucatu, em 1905, cita-o natural de São Paulo, mas outras referências, dadas pelo próprio Tito, insinuam-no mineiro (Avaré, História e Geografia, 1939: 3:

"Em 1849 [provavelmente 1840 – erro gráfico que se manteve], saiu de Pouso Alegre, cidade do sul de Minas, o capitão Tito Correa de Melo, agricultor e rábula, que comprara umas terras de cultura em Botucatu", citação inclusive na Enciclopédia dos Municípios Brasileiros - EMB, IBGE, Volume XXVIII, Avaré / São Paulo, 1965: 99/100, transcrito do opúsculo Avaré (...) por Napoleão Moreira da Silva, assim como outros autores, omitindo a fonte.— Tais relatos seriam do próprio Capitão Tito, em 1889, segundo o 'Avaré' à página 4.

Os tempos em Itapetininga

Documentos eclesiais de 1851 e 1852 apontam o Capitão Tito residente em Itapetininga.

(Livro de Batismos, 1843/1851, imagem 143 - data de 31 de agosto de 1851; e de 1851/1857, imagem 26 - 30/08/1852; https://familysearch.org/).

 

No ano de 1852, o Capitão Tito residia em Itapetinga, aos 19 de dezembro daquele ano, estava entre os instaladores da 'Loja Maçônica Firmeza', e fez parte da direção provisória, como Secretário, sendo ele antes. integrante da 'Loja Amizade - São Paulo, Grau 3' (Ribeiro - Luae Carregari Carneiro, Uma América em São Paulo: a maçonaria e o partido republicano paulista (1868-1889), 2011: 131

www.teses.usp.br/teses/disponiveis/.../2011_LuaeCarregariCarneiroRibeiro_VCorr.pdf

O Decreto Imperial de 05 de agosto de 1857, nomeou Tito Correa de Mello 'Capitão/Secretário da Guarda Nacional de Itapetininga' (Correio Mercantil – RJ, ano XIV nð 214, edição de 06 de agosto de 1857: 1), local onde residia e, como oficial, recebia seus soldos.

No ano de 1858 Tito ainda era morador em Itapetininga, participava ativamente da vida social e cultural do lugar, e foi escolhido como 'Secretário da Diretoria do Teatro local' (Correio Paulistano, 03 de agosto de 1859:

Existe ausência de informações sobre o paradeiro do Capitão entre os anos 1860 a 1863, todavia, o sucesso sertanejo e o progresso botucatuense como boca do sertão não teria passado desapercebido por ele, que tinha interesses de família na localidade. 

Chegada a Botucatu - Tito no ano de 1864 estava residindo, com a família, na região botucatuense. Sua mulher, Anna Florisbella Pinheiro Mello, falecera aos 5 de dezembro de 1864 em Avaré, (Assentamento: Livro de Óbitos, 1859/1881,

imagem 33 - https://familysearch.org/, documento apresentado por Joaquim dos Santos Neto).

 

CAPITÃO TITO CORREA DE MELLO

O mais poderoso monarquista da região - descendente das fidalgas famílias portuguesas, Távora e Aveiro, que emigraram para o Brasil no tempo do Marquês de Pombal. A família contava ainda com mais dois filhos, Maria Catharina e Joaquim.

Educou-se em São Paulo, onde permaneceu trabalhando em diversas repartições públicas.

Militante do Partido Liberal, do qual foi devotado paladino em 1842, tomando parte da Revolução Liberal, quando estava residindo em Campinas, em companhia do seu irmão. Colaborador ao lado de Francisco Álvares e Hercules Florence, que redigiam um jornal pertencente ao partido dos revolucionários, do qual eram chefes, Brigadeiro Raphael Tobias de Aguiar, Dr. Gabriel Rodrigues do Santos e outros.

Com o conflito de Pirajussara, a tomada de Sorocaba e o ataque à Venda Grande, pelo Duque de Caxias, então General, fracassou a revolução e ficaram acobertados os revolucionários, até que houve a anistia. Embrenhou-se pelo interior da Província, tendo estado em Itu, Tietê, Piracicaba, Rio Claro e Araraquara.

Após alguns anos, casou-se com Anna Florisbella Gomes Pinheiro Machado, filha do Capitão José Gomes

Pinheiro Vellozo e Anna Florisbella Machado de Oliveira e Vasconcellos.

Os pais da noiva, embora residentes na cidade de Itapetininga, eram proprietários da sesmaria do Monte Alegre, em Botucatu. Principal razão de sua vinda para as terras que o sogro possuía. Do seu enlace nasceram dois filhos, Gustavo e Amador Bueno.

Fixou residência em Itapetininga, por pouco tempo, mudando-se por volta de 1847 para a então, pequena Botucatu.

Em Botucatu, acabou adquirindo diversas propriedades agrícolas, onde se dedicava ao cultivo de café.

Como organizador do Partido Liberal na cidade e sendo o chefe de maior prestigio, que tinha real influência e que dominava todo o sul da Província, onde foi sempre muito estimado e acatado, acabou sendo eleito e reeleito por muitas vezes, Juiz de Paz. Em razão de tudo isso, recebeu da Guarda Nacional, a patente de Capitão.

Indiretamente Tito pode ser considerado um dos precursores da fundação de inúmeras cidades da região.

Percebendo o amplo horizonte de terras sem dono e sem obstáculos, decidiu-se chamar seu irmão de forja, José Teodoro de Souza, que morava em um pequeno sítio na cidade de Pouso Alegre, na Província de Minas Gerais, através de uma carta com muitas promessas de riqueza. Este, por sua vez, convidou outros desbravadores, dentre os quais, o major Victoriano de Souza Rocha, o fundador da Vila do Rio Novo, atual Avaré.

Aos olhos de José Teodoro, o verdadeiro “El Dorado” foi visto. Ele teria vislumbrado uma território imenso e deserto de brancos, sem dono, virgem, garrido e rico. Tais terras, pensou, estão à espera de um homem forte que as viessem tomar. Nem precisou de mais delonga. Numa manhã, apareceu em Botucatu um grande bando anônimo de origens diversas, para um fim em comum. Entrar no “Desconhecido Sertão” e lá foram eles abrindo o caminho para o desbravamento da região, até então, inóspita.

Era o Capitão Tito, para alguns, um bom homem, um grande chefe. Outros viam-no como truculento, vingativo e perigoso. Entretanto, um fato é inegável: o capitão Tito foi uma figura inteligente, dono de boa cultura e muito caritativo. Era mesmo considerado o pai dos pobres, aos quais socorria como conselheiro, advogado e com seus conhecimentos em medicina, além de ajuda-los financeiramente. A afabilidade com que recebia aos ricos, Tito recebia os pobres, pelo que era idolatrado.

Falecendo sua primeira esposa, contraiu segunda núpcias em Sorocaba, com Constância Braga de Mello, de cujo matrimônio nasceu um filho, Benedicto. Fora de seus casamentos teve ainda cinco filhos, que com sua honra, deu-lhes o seu sobrenome, são eles: Fortunato, Brasilisa, Isabel, Francisco e João.

Continuou a residir em Botucatu, onde foi deputado provincial, liderando com mão de ferro o chamado 5ð Distrito, prestando relevantes serviços à zona. Sua atuação repercutiu no Senado Imperial e no Governo, defendida pelos liberais e atacada por conservadores e republicanos.  

Passaram-se os anos e chega o século vinte, encontrando o Capitão mandando, porém entrando na descendente.

O fato que retirou-o da vida pública foi a morte do seu adversário político, Joaquim de Freitas, o Quinzote, assassinado numa emboscada no dia da eleição. Tito venceu o pleito, mas não adiantou. O sangue do Quinzote trouxe azar tremendo. Cansado, desprestigiado e cego, acabou derrotado em todas as linhas. O velho soldado, sempre fiel às suas crenças e aos ideais, retirou-se à vida privada, isolando-se em sua chácara, situada na Vila Aparecida, onde morreu em 30 de janeiro de 1907. Está sepultado em Botucatu. 

Em quase todos os sites, livros em geral mostra o Tito Correa de Mello como mineiro de Pouso Alegre, mas depois que achamaos o batismo dele, acabou-se essa dúvida.

O avô dele foi cartorário em Casa Branca, seu pai nasceu em Rio Claro.

Dizem que ele participou da Revolução Liberal de 1842, sei que o Tito esteve no ano de 1845 em Rio Claro onde redigiu a primeira Ata da Camara Municipal sei que seu irmão se chamava Joaquim Correa de Mello e era um famoso Botanico em Campinas.

Ele se casou em 1847 em Itapetininga com sua prima.

Segunda núpcias - um descendente 

Com o falecimento da esposa, o Capitão Tito casou-se em Sorocaba - Igreja Matriz Nossa Senhora da Ponte, aos 25 de julho de 1865, com dona Constancia Maria da Conceição Braga, viúva de João Henrique Leite Carvalho.

  (Livro de Matrimônios, 1865/1869, imagem 3 -https://familysearch.org/).

O casal teve o filho, Benedicto Correa de Mello, nascido aos 14 e batizado aos 24 de janeiro de 1869, em Sorocaba.

(Livro de Batismos 1868/1871: 28, https://familysearch.org/).

Dona Constância faleceu em Avaré aos 15 de outubro de 1878 (Livro de Óbitos, 1859/1881: 116, https://

familysearch.org, cópia apresentado por Joaquim dos Santos Neto).

Tito casou-se com Anna Florisbella Gomes Pinheiro Machado, filha de Capitão Jozé Gomes Pinheiro Vellozo e Anna Florisbella Pinheiro Machado, no dia 31 de maio de 1847 na Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres de Itapetininga. Anna nasceu no dia 6 de julho de 1823 em Sorocaba-SP. Ela faleceu no dia 5 de dezembro de 1864 em Avaré-SP.

O Capitão Tito casou-se, em primeira núpcias, com sua parente Anna Florisbella Gomes [Pinheiro] Machado, aos trinta e um de maio de mil oitocentos e quarenta e sete, na matriz de Nossa Senhora dos Prazeres, em Itapetininga, sendo ele natural da cidade de São Paulo, declarado filho de Fortunato Correa de Mello e de Anna Rosa Machado, ela nascida em Sorocaba, filha do célebre Capitão José Pinheiro Machado e de dona Anna Florisbella Pinheiro Machado

(Matrimônios, Livro 1834/1850: 111, https://familysearch.org).

 Anna nasceu aos 6 e batizada em 23 de julho de 1823, em Sorocaba

(Batismos, 1821/1824: 83 (https://familysearch.org).

Com adoção do sobrenome do marido tornou-se conhecida como Anna Florisbella Pinheiro de Mello

 O casal teve dois filhos conhecidos, Gustavo Pinheiro de Mello e Amador Bueno Correa de Mello.

Dona Anna Florisbella faleceu em Avaré aos 05 de dezembro de 1864.

(Livro de Óbitos, 1859/1881, imagem 33 - https://familysearch.org/

documento apresentado por Joaquim dos Santos Neto).

 Tito e Anna tiveram os seguintes filhos:

  i. Gustavo Pinheiro deMello.

 Filho de Capitão Tito Corrêa de Mello e Anna Florisbella Gomes Pinheiro Machado Irmão de Amador Bueno Pinheiro de Mello; Maria Corrêa de Mello e Fortunato Corrêa de Mello

  ii. Amador Bueno Pinheiro de Mello.

 Filho de Capitão Tito Corrêa de Mello e Anna Florisbella Gomes Pinheiro Machado - Marido de Gabriela Augusta Pinheiro Machado - Pai de Samuel Pinheiro de Mello; Elisa Pinheiro de Mello; Tito Pinheiro de Mello; Ester Maria Pinheiro de Mello e Mateus Machado Pinheiro de Mello.

Irmão de Gustavo Pinheiro de Mello; Maria Corrêa de Mello e Fortunato Corrêa de Mello

iii. Maria Corrêa de Mello nasceu em 1829 em São Paulo-SP. Ela faleceu em SP.

Filha de Capitão Tito Corrêa de Mello e Anna Florisbella Gomes Pinheiro Machado

Irmã de Amador Bueno Pinheiro de Mello; Gustavo Pinheiro de Mello e Fortunato Corrêa de Mello

iv. Fortunato Corrêa de Mello nasceu em 1829.

Filho de Capitão Tito Corrêa de Mello e Anna Florisbella Gomes Pinheiro Machado

Marido de Anna Medeiros Mello

Pai de Joaquim Corrêa de Mello

Irmão de Amador Bueno Pinheiro de Mello; Gustavo Pinheiro de Mello e Maria Corrêa de Mello

 

Tito também casou-se com Constancia Maria da Conceição Braga.

Segunda núpcias - um descendente

Com o falecimento da esposa, o Capitão Tito casou-se em Sorocaba - Igreja Matriz Nossa Senhora da Ponte, aos 25 de julho de 1865, com dona Constancia Maria da Conceição Braga, viúva de João Henrique Leite Carvalho.

(Livro de Matrimônios, 1865/1869, imagem 3 -https://familysearch.org/).

O casal teve o filho Benedicto Correa de Mello, nascido aos 14 e batizado aos 24 de janeiro de 1869, em Sorocaba

(Livro de Batismos 1868/1871: 28, https://familysearch.org/).

Dona Constância faleceu em Avaré aos 15 de outubro de 1878 (Livro de Óbitos, 1859/1881: 116, https://

familysearch.org, cópia apresentado por Joaquim dos Santos Neto).

 

Quando perguntei ao Afrânio sobre o Tito ele me respondeu assim:

Estou fora de casa. Trabalhando em Itapeva.
Foi i Secretário da Fundação da Loja em 1852. Morava na Rua Saldanha Marinho em Itapetininga.
Depois foi para Botucatu. Consta ser um dos mais antigos habitantes.
Foi muito rico. Fazendeiro,pecuarista e agricultor.
Considerado um dos  homens mais bravos e castigador de Botucatu.
Foi casado em primeiras núpcias com uma irmã ou prima do Venâncio Ayres.
Em segunda com um das filhas Pinheiro Machado. Na Firmeza tinha o pseudônimo de José Bonifácio.
Morreu sem dinheiro e cego. 
Em casa tenho foto dele.
Era meu parente distante. Veio de Minas ficou em alguns lugares até chegar em Itapetininga.
No livro dos Pinheiro Machado tem ele lá. Na Firmeza tem um retrato dele feito a bico de pena.
No primeiro livro da Firmeza ele está citado. No segundo que será lançado logo ele também está citado.

(Afrânio)

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