“A população de Itapetininga só era suplantada pela capital”
Oracy Nogueira
Cidade que não merecia ter esse nome, como jocosamente afirmou Saint-Hilaire, Itapetininga passa a ser destaque nacional a partir de 1875, quando a sua população quadruplica e o sonho do algodão enriquece não apenas fazendeiros, como comerciantes e profissionais liberais.
Se as palavras do viajante francês não nos agradam na época de 1820, as informações para a década de 1850 são bem diferentes. Passamos a viver uma nova era, com a elevação à categoria de cidade, a implantação da Loja Maçônica Firmeza e a implantação da Comarca de Itapetininga. Em 1885, Itapetininga contava com 57 comerciantes estabelecidos, sendo 23 de loja, 3 de armazém e os restantes vendeiros, número que contrasta com os seis comerciantes mencionados por Daniel Pedro Muller em 1835. Portanto, o número de comerciantes praticamente decuplicou em vinte anos.
O ultimo quartel do século XIX é dos mais significativos: temos a chegada do trem, a inauguração da Beneficência (Santa Casa), a fundação do Clube Venâncio Ayres, a construção da Escola Normal e Complementar, o projeto da nova Cadeia Pública, a Igreja Presbiteriana, a Igreja do Rosário e a nova Matriz. Isso sem contar as retretas da Banda do Rosário, as peças de teatro e até mesmo um jornal: “Município”, cheio de idéias estranhas e falando de um novo tempo.
O comercio não perde o fio da história e se faz presente. Ao lado dos tradicionais empórios de secos e molhados, os estabelecimentos se aprimoram e passam a substituir os mascates da capital em artigos mais sofisticados. O comercio se interioriza pela zona urbana, passando a funcionar nas ruas do Imperador (hoje Monsenhor Soares) das Flores (Saldanha Marinho) e Central – oficialmente Rua da Constituição, mais tarde do Comercio, hoje rua Campos Sales.
Nossos avós estão mais pertos de nomes como Antonio Pinto Simões, Gabriel Dias de Oliveira, José Pedro Strasburg, Francisco Pereira Gomes que em seus estabelecimentos oferecem os mais diversos produtos, da lamparina ao vinho francês.