Venâncio de Oliveira Ayres nasceu em Itapetininga no dia 17 de maio de 1836.
Filho de Salvador de Oliveira Ayres e de Ana Vieira Ayres (Donana), ambos descendentes dos fundadores de Itapetininga. Era neta do Cel. Domingos José Vieira, que era filho do Capitão-mór Domingos José Vieira.
Nascimento encontrado no microfilme 1154042 - Batismos - Itapetininga - Índice nð .2 - Pág. 50v.
Padrinho: Cap. Paulino Lourenço Ayres
Genealogia Paulistana de Silva Leme - Vol.VIII - p.423.
Nasc. encontrado no microfilme 1154042 - Batismos - Itapetininga - Índice n. 2 - Pág.168v.
Padr: Doutor Antonio Gomes Pinheiro (solteiro) e Cap.Pedro Manoel de Almeida (casado).
Venancio Ayres Estrella de primeira grandeza no scenario itapetiningano, o sr. dr. Venancio Ayres deixou ao fallecer, profunda lacuna que jamais será preenchida.
Nasceu elle neste município, a 22 de Dezembro de 1841, do feliz consórcio do sr. Salvador de Oliveira Ayres e da exma. sra. d. Anna Vieira Ayres, ambos descendentes em linha recta dos fundadores de Itapetininga. Logo no verdor dos annos demonstrou grande pendor pelas letras pelo que seguiu para a Capital, ali fazendo os preparatorios e matriculando-se na Faculdade de Direito onde obteve o titulo de bacharel em Sciencias Juridicas e Sociaes em 1868. Voltou para o torrão natal, abrindo banca de advocacia, desde logo muito procurada, tornando-se o advogado mais notavel da região.
Moço intelligentissimo, dotado de magnifica cultura, demonstrava grande interesse pela terra em que nascera, ingressando na política e tornando-se elemento imprescindivel em todas as iniciativas, sendo amigo inseparavel do dr. João Evangelista e do culto sacerdote P. Albuquerque.
Com estes fundou várias associações recreativas e, mais tarde, o Partido Republicano, tendo representado Itapetininga, com Salvador Brisolla, na Convenção de Itú. Jornalista de merito, collaborou n'"O Municipio" e no "Partido Municipal".
Em 1883 seguiu o sr. dr. Venancio Ayres para o Rio Grande do Sul, fundando a folha "A Federação", em Porto Alegre. A 18 de Outubro de 1885, contando apenas 44 annos de idade, falleceu o grande vulto em Santo Angelo (Rio Grande do Sul). A noticia do seu passamento echoou dolorosamente no seio da sociedade itapetiningana, onde o nome do querido conterrano é lembrado com profunda saudade.
(texto tirado do livro "Album de Itapetinga"de João Netto Caldeira, editado pela Organização Cruzeiro do Sul, em 1934, São Paulo)
Depois de formado em advocacia, durante alguns anos exerceu, com excelente desempenho, a carreira. Eleito deputado provincial, salientou-se entre seus colegas, pronunciando admiráveis discursos, sobretudo aqueles que cuidavam do progresso de nossa terra e da defesa de nossa gente. Filiado ao movimento republicano, tudo fez pela defesa da democracia, lutando sempre pelos ideais marcantes e propulsores do civismo. Quando mudou-se para o Rio Grande do Sul, levou consigo os ideais republicanos, ansioso por ver seu país livre do jugo português que, absolutamente, não aceitava. Fundou a Federação, do qual era redator e, por intermédio desse órgão comunicador, lançou suas ideais, influenciando seus leitores.
Foi um verdadeiro patriota, e, sobre ele, refere-se Hiram Ayres Monteiro, em sua obra Venâncio Ayres, o Cavaleiro do Ideal: "Nascido em Itapetininga-SP, aos doze de novembro de 1841, passando pela Faculdade do Recife (1805), onde conheceu Castro Alves.
Formou-se advogado em 1868, pela Faculdade de Direito de São Paulo. Desde pequeno se preocupou com as injustiças sociais, opondo-se veementemente contra os potentados da época. Dedicou sua existência à causa pública, revelando-se incansável defensor dos desvalidos. Abolicionista, promoveu judicialmente a libertação de muitos escravos.
Assumindo a causa republicana, ainda jovem defendeu-a corajosamente como deputado na Assembléia Provincial Paulista (1870/71). Representou Itapetininga na grande Convenção Republicana de Itu, em dezoito de abril de 1873. Com Moreira da Silva, fundou o primeiro jornal de Itapetininga, O Município.
Em 1874, emigrou para o Sul. Com Pinheiro Machado, Júlio de Castilhos, Assis Brasil e outros, desperta o sentimento republicano gaúcho, fundando o Partido Republicano Riograndense, Primeiro redator-chefe da folha republicana, A Federação, fez editar seu primeiro número em janeiro de 1884. Suas teses foram sustentadas por seus discípulos, Júlio de Castilhos, o Patriarca da República, Pinheiro Machado e Ramiro Barcellos.
Sua doutrina foi a base do Castilhismo e do Pinheirismo. O Partido Republicano Riograndense foi o único da União a manter-se fiel às bases doutrinárias de inspiração venanciana, desde os primeiros Congressos, até a queda da República Velha, em 1930. Venâncio Ayres faleceu em Santo Ângelo-RS, em dezesseis de outubro de 1885".
(fonte: Itape Digital)