Arnaldo Enei Barretti (Dino) nasceu no dia 4 de novembro de 1936 em Itapetininga.
Filho de Arnaldo Victório Barretti e de dona Elisa Enei Barretti.
Fez ginásio em Itapetininga, colegial em São Paulo. Formou-se em economia na Faculdade em São Paulo.
Arnaldo casou com Carmen Galvão, filha de Juracy Galvão e Iracema Bitencourt Fogaça Galvão, em 1959 em Itapetininga-SP. Carmen nasceu em 1939 em São Miguel Arcanjo. Ela faleceu 19 de dezembro de 2016 - 77 anos em Itapetininga e foi sepultada no dia 20 de dezembro de 2016 no Cemitério São João Batista em Itapetininga.
Arnaldo tem os filhos: José Cássio Barretti, José Alberto Barretti e José Fábio Barretti, todos nascidos em Itapetininga.
"meus avôs vieram da Itália e compraram uma fazenda que se chama até hoje Bom Retiro, que é hoje o Grupo de Hermínio de Moraes.
Meu pai estudou em Araraquara formou-se em odontologia praticou um pouco, casou-se com minha mãe que também estudava farmácia em Araraquara, e trabalhou muito tempo na profissão, deixou e voltou aqui com os pais nas fazendas e meus avôs tinham negócios em São Paulo de laticínios essas coisas, eles vieram pra fazenda e começaram a comercializar alguma coisa num município em Rechã com um armazém em Rechã fornecendo plantadores de algodão e tal depois de alguns anos comprou laticínios, teve laticínios em Buri, laticínios em Itapetininga, depois comprou o laticínio Liza aqui de Itapetininga, trabalhou um tempo no laticínio, fundou com uns amigos o hospital e maternidade São José, fizeram uma sociedade, cuidaram algum tempo depois, entregaram a Santa Casa esse hospital.
Quando tínhamos laticínios, nós tínhamos mercearia, duas ou três mercearias na cidade, que chamava de mercearia Yayá, ai entramos no ramo de automóvel, fomos revendedores de DKW Vemag, depois Volkswagen, continuamos com Volkswagen, a qual vendemos depois de alguns anos.
A seguir foi concessionário dos tratores Massey Ferguson e ficou muitos anos revendendo tratores.
Trabalhou uns quarenta anos com revenda de veículos.
Foi sócio da LISA - Laticínos Itapetininga S.A.
Foi presidente do Sindicato do Comercio Varejista de Itapetininga
No ano 1990 montou um creche com o nome ITAMAC, numa área de 300 m2, abrigando crianças de 0 à 8 anos de idade. Posteriormete foi doada à Prefeitura Municipal de Itapetininga, na época em que o prefeito era o Sr. Tardelli.
Comprou novamente a concessionária Volkswagen e depois vendeu, trabalhando atualmente com fazenda e alguns negócios em São Paulo.
Formando em Economia nunca exerceu a profissão preferindo, inicialmente ajudar e depois ser seu sócio do pai em seus vários empreendimentos. A partir de 1971 assumiu os negócios da família em especial no setor de revenda de veículos.
Foi o primeiro presidente da Associação Nacional Massey Ferguson, de 1972 a 1974 e vice-presidente da mesma instituição de 1975 a 1976.
Sempre acreditando no social e na educação, no ano 1990, montou uma creche modelo com o nome ITAMAC, abrigando crianças de 0 à 8 anos de idade. Posteriormente a mesma foi doada à Prefeitura Municipal de Itapetininga.
Do leite ao automóvel: Arnaldo Victório Barretti
A família Barretti foi sempre marcada pelo seu espírito criativo e inovador. Meu avô era formado em arquitetura na Itália e logo que imigrou, foi o primeiro a fazer concreto aparente no Brasil. Também foi responsável pela construção de prédios para a instalação de máquinas de algodão. Uma delas, em concreto aparente, existe até hoje no Distrito do Rechã. Ele havia vindo com algum capital e tinha comprado uma fazenda no mesmo Rechã onde também se dedicou à cultura de algodão. Com a crise do produto, desativou as máquinas e deu continuidade a outros negócios, como laticínios. Tudo na Fazenda Bom Retiro que existe até hoje. Inovador fez a primeira mussarela do país, com vendas exclusivas para São Paulo, e criativo foi o primeiro a engarrafar água mineral, a água Excelsior.
Para meu pai, meu avô queria que ele estudasse. Lá foi seu Arnaldo para Araraquara para cursar Odontologia. Formou-se cirurgião dentista, conheceu e casou com minha mãe que também estudava na mesma faculdade. Praticou algum tempo a profissão. Mas criado em fazenda e sempre vocacionado à vida rural, retornou e começou a comercializar algumas coisas num armazém que fornecia produtos de secos e molhados para os plantadores de algodão da região. No armazém trabalhava meu pai e minha mãe. Era um atacado grande que recebia tudo por via férrea. Lembro-me bem, era moleque, das mercadorias que chegavam. Eram biscoitos Duchen, tecidos, azeitonas e azeite em barricas, quase tudo importado destinado aos produtores de algodão. Também vinham coisas mais simples que eram adquiridas tanto pelos trabalhadores das fazendas como por outros comerciantes menores. O movimento era grande. Minha mãe era farmacêutica voluntária e fazia atendimento a todo o pessoal com aplicação de vacina, cuidado ao doente, tudo dentro do próprio armazém. As vendas eram feitas a prazo conforme a safra de algodão. Vendia para receber seis, oito meses depois. Acompanhei tudo isso embora estivesse estudando.
Depois meu pai começou a trabalhar com laticínios. Primeiro instalou um em Buri. O segundo foi em Rechã. O terceiro em Itaberá. Os negócios iam bem e em sociedade com meu sogro Juraci Galvão, Martim Afonso Xavier da Silveira e Avelino Scarpelli, compraram o Laticínios Itapetininga, a conhecida Lisa, que ficava na esquina das ruas Virgilio de Rezende e Pedro Marques. Um tempo depois também fiquei sócio da empresa. Naquela época o leite era vendido em litros de vidro que os leiteiros entregavam em carrinhos de animais de porta em porta. Vendíamos também para armazéns e tínhamos uma distribuição em São Paulo nos bairros Itaim e Moema. Depois começamos a fazer queijo. Produzíamos queijos frescos, mussarelas e ricotas, que também eram vendidos em São Paulo. A Lisa, anos depois, foi vendida para a Vigor.
Já formado em economia e percebendo a demanda de produtos de laticínios e correlatos, fundamos as Mercearias Yaya, que abria a oportunidade de vendas no varejo aqui em Itapetininga. Tivemos duas: uma no mercado municipal e outra na rua Saldanha Marinho, onde hoje é o João Elias, defronte ao Hotel Colonial. O nome Yaya era uma homenagem que papai fez a filha mais nova e que tinha uma diferença de idade muito grande comigo. Seu nome é Maria José, mas mamãe a chamava de Yayá. O carinho era tão grande de todos nós a ela que até a manteiga por nós produzida tinha o nome Yayá. Lembro bem da caixinha de manteiga com a sua fotografia. Ela tinha uns cinco, seis anos de idade, era gordinha e de vestido amarelo de bolinha vermelha. Era uma caixinha engraçada, mas sugestiva.
Meu pai não era homem de um negócio só. Paralelamente ao Laticínio tinha uma Maternidade e uma Revenda de Veículos.
A Maternidade São José ele havia fundado com alguns amigos. Era um hospital particular. Era mais uma atividade de sua iniciativa e criatividade. Primeiro ele comprou o terreno. Depois com ações do hospital construiu o prédio que era um projeto do Adolf Ludemberg. Durante dez anos papai tocou, ao lado do Diretor Clínico, o Dr. Antonio Anacleto Pendula da Gama, esse que foi uma unidade de saúde modelo. Mais tarde ela foi entregue a preço de custo à Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Itapetininga. Hoje é um prédio abandonado.
Nossa primeira revenda de veículos aconteceu em dezembro de 1960 na rua Padre Albuquerque 147, esquina da Coronel Afonso. Era uma Concessionária da DKW Vemag. Ficamos com essa marca durante cinco anos. Com a venda da DKW para a Volkswagen passamos a ser seu revendedor. Isso por mais cinco anos até vendermos a concessão. Mas continuamos no ramo, agora com tratores Massey Ferguson. Tudo no mesmo lugar. Investimos na construção das novas dependências da concessionária na Avenida Dr. José de Almeida Carvalho para onde transferimos a Itamac. Tivemos novamente a oportunidade de sermos revendedores da Volkswagen que instalamos nas dependências da rua Padre Albuquerque. No final dos anos noventa vendemos as concessionárias, bem como alugamos o novo prédio.
Foi nas revendas de veículos que passei a maior parte de minha vida comercial, quarenta anos, embora tenha começado no ramo de laticínios. Hoje retorno as minhas origens trabalhando em fazenda de laranja e outras culturas. Uma parte arrendada para a cana e alguns negócios em São Paulo, como uma sociedade com argentinos em Postos de Gás Liquefeito.
Papai ainda se destacou na atividade política. Um comerciante político. Foi vereador, em Itapetininga pelo PSP, naquela época de Ciro Albuquerque e do Ademar de Barros.
Esteve, também, sempre presentes nas associações de classe. Foi presidente da Associação Comercial e do Sindicato do Comercio Varejista. Foi por influência dele que participei, como presidente do mesmo Sindicato do Comercio. Na minha gestão consegui alguns cursos do Senac para aprimorar profissionais de diversas áreas. Lembro, por exemplo, do curso de cozinha para restaurantes. Itapetininga tinha se desenvolvido bastante, tinha um comercio bastante ativo, mas seus restaurantes deixavam muito a desejar. Daí a necessidade do curso. Além desse tivemos outros como de vitrinista, vendas e atendimento, tanto dirigidos aos comerciantes como a comerciários.
Continuo em atividade junto com meus filhos, pois o comercio é uma opção satisfatória para o desenvolvimento da cidade.
Depoimento de
Arnaldo Enei Barretti