Sobrenome de origem geográfica, tomado da Vila Nova de Gaia, Portugal (Antenor Nascentes, II, 120).
Do latim gaia, gaias: insígnia de vitória, que se dava aos vencedores (Anuário Genealógico Latino, V, 54).
No Rio de Janeiro, entre as mais antigas, registra-se a de Alonso de Gaia, n. por volta de 1588 e fal. antes de 1651, que deixou descendência, a partir de 1619, com Maria de Aguiar, fal. em 1676, RJ (Rheingantz, II, 220).
Rheingantz registra mais 2 famílias com este sobrenome nos sécs. XVI e XVII, que deixaram numerosa descendência no Rio de Janeiro.
Antiga família estabelecida em São Paulo, que teve princípio em quatro irmãos que, de Portugal, vieram estabelecer-se na vila de Santos, no fim do séc. XVI: (?)
Afonso Gaya [que foi para Vitória, ES], Manuel Afonso Gaya [cas. em Santos, com Maria Nunes de Siqueira, fal. 1667], Domingos Afonso Gaya [cas. com Barbara Pires Panca] e Pascoal Afonso [cas. com Maria Garcez Barreto].
O primeiro, (?) Afonso Gaya, passou de Santos para a vila da Vitória, no Espírito Santo, onde deixou geração.
O segundo, Manuel Afonso Gaya, ficou estabelecido em Santos. Foi da governança da terra, juiz ordinário [1630], capitão da gente de Santos. Deixou numerosa descendência do seu cas., em Santos, com Maria Nunes de Siqueira [- 1667, Santos, SP], filha de Pedro Nunes de Siqueira, e neta de Antônio de Siqueira, patriarca das famílias Siqueira e Siqueira de Mendonça (v.s.), de São Paulo. Foram pais, entre outros, de Manuel Afonso Gaia, natural de Santos. Capitão de Infantaria da ordenança da vila de Santos, onde viveu muito abastado. Foi senhor de engenho para fabricação de açúcar na sua fazenda de Pirayqueguassu.
O terceiro, Domingos Afonso Gaya, também se estabeleceu em Santos. Do seu casamento com Bárbara Pires Pancas, nasceu, entre outros, Manuel Afonso Gaya, natural da Vila de Santos, onde faleceu em 1702. Juiz Ordinário [1646]. Abastado em bens tanto móveis como de raiz. Foi senhor do sítio chamado Ribeiro na praia de S. Lourenço, que herdou de seus pais, além de muitos chãos e casas próprias na vila de Santos.
O quarto, Pascoal Afonso, fez estabelecimento em Santos, onde teve sempre as rédeas do governo civil da república. Pelos anos de 1656, em 2 de Outubro, tomou posse, e fez juramento de preito e homenagem de Sargento-Mor da capitania de S. Vicente. Por seu casamento com Maria Garcez Barreto, recebeu de dote o ofício de propriedade de provedor da Real Casa da Fundição dos quintos do ouro da mesma capitania. Ocupou o lugar de Provedor, com 400 cruzados por ano de ordenado, por mais de 20 anos, até falecer em Santos em 1672
(Silva Leme, VIII, 404).