Importante família de militares, de origem portuguesa, estabelecida no Rio de Janeiro, para onde passaram, por volta de 1809, quatro filhos de Vitório Xavier dos Santos [c.1746 - a.1803], que foi cas., c.1782, Lisboa, Portugal, com Mariana Felícia de Brito, por onde acontece a união dos dois sobrenomes.
Entre os descendentes deste casal tronco, registram-se:
I - o filho, José Joaquim Xavier de Brito [05.12.1771, Lisboa -], que deixou geração de seu cas., em 23.07.1803, Lisboa, com Maria José Martinelli [10.03.1775, Lisboa -, de origem italiana, cuja descendência passou ao Rio de Janeiro;
II - o filho, Joaquim Norberto Xavier de Brito [05.06.1773, Lisboa - 17.07.1843, Rio, RJ], cursou a Academia Real de marinha e a de Fortificações, Artilharia e Desenho onde concluiu os estudos. 2.º Tenente [04.12.1796]. 1.º Tenente [23.09.1800]. Capitão [26.03.1805]. Major [03.11.1807]. Tenente-Coronel [22.06.1815], Coronel [25.04.1817], Brigadeiro graduado [24.06.1822]. Brigadeiro [12.10.1824], Marechal de Campo graduado [18.10.1829]. marechal de Campo [12.09.1837]. Em Portugal serviu sob as ordens do duque de Lafões, no arquivo militar, e na construção das linhas de defesa de Lisboa, por ocasião da invasão francesa. Veio de Portugal como tenente-coronel incorporado à divisão de voluntários reais. Transferido para o Corpo de Engenheiros do Exército do Brasil [13.08.1819]. Inspetor das fronteiras do Rio Grande do Sul [1820]. Comandante do Corpo de Engenheiros e Diretor do Arquivo Militar [14.04.1821]. Jurou a Constituição do Império [1824]. Vogal do Conselho Supremo Militar [24.10.1832]. Transferido, por se encontrar doente, para a 3.ª classe do exército [19.08.1842]. (Laurênio Lago, Brigadeiros e Generais, 78). Deixou geração de seu cas., em 10.09.1820, no Rio, com Eugênia Maria Bárbara Martinelli [1798, Lisboa - 14.08.1882, Rio, RJ], irmã de Maria José, filhas de Caetano Martinelli, patriarca desta família Martinelli (v.s.);
III - o filho, o engenheiro militar Henrique Isidoro Xavier de Brito [04.04.1783, N.S. da Ajuda, Lisboa - 05.07.1853, Inhomirim, RJ], que, em 1808, acompanhando a Família Real Portuguesa, passou ao Brasil, onde ingressou no Real Corpo de Engenheiros, com a patente de Capitão. Galgou todos os postos militares, chegando a Marechal de Campo. Dirigiu as obras da Academia Militar, em 1811. Em 1811, residia na rua dos Ourives. Em 1816, residia na Prainha. Nesta ocasião elaborou um trabalho sobre a condução de água para o Campo de Santana: “Informação sobre o Aqueducto para o chafariz do Campo de S.ta Anna, por Henrique Izidoro Xavier de Brito, Ten.e Cor.el Engenheiro. 1816 - Acêrvo do Arquivo do Exército. Em 1824 residia na rua do Sabão, Cidade Nova. Em 1828, participou da Comissão de Levantamento das Carta Topográfica da Província do Rio de Janeiro: “Conta dos Trabalhos feitos pela Comissão encarregada do levantamento, e melhoramento da carta topográphica da Província (do Rio de Janeiro) ... em 1827 e 1828. Nivelamento da Cidade de S. Sebastião do Rio de Janeiro, do Campo da Acclamação athé ao mar. Tirado em 1828, &. (Por Henrique Izidoro Xavier de Brito) - Acervo do Arquivo do Exército. Em 15.06.1840 foi nomeado Diretor de Obras Públicas do Rio de Janeiro. Levantou plantas de áreas da Cidade do Rio de Janeiro. “Relatório geral dos trabalhos da Directoria das Obras Publicas da Província do Rio de Janeiro de 1841. (Pelo brigadeiro Henrique Izidoro Xavier de Brito.) Rio de Janeiro, Typ. de Laemmet, 1841, in-4º peq., de 40 pp. - Acervo da Biblioteca Nacional. Dirigiu, ainda, as obras do Quartel de Artilharia, do Hospital Militar, dos Quartéis do 1º e 3º regimento de Infantaria, da Fortaleza de São João e do Aqueduto do Maracanã. Carreira Militar: Iniciou sua carreira militar na marinha Real, onde assentou praça a 02.09.1796, no extinto Regimento de Artilharia de Marinha. Reconhecido cadete, cursou a Real Academia de Guardas Marinhas, e foi despachado Guarda Marinha a 29.06.1799. Promovido a 2º Tenente a 15.08.1805, e matriculado na Real Academia de Fortificação, Artilharia e Desenho. Com a vinda da Família real para o Brasil, passou para o exército do Brasil, sendo promovido a Capitão para o Real Corpo de Engenheiros por dec. de 08.03.1808. Sargento-Mor graduado a 13.05.1809. Sargento-Mor efetivo a 13.05.1810. Tenente-Coronel graduado a 13.05.1814. Tenente-coronel efetivo a 06.02.1818. Coronel graduado a 13.05.1819. Coronel efetivo a 12.10.1823. Brigadeiro graduado a 12.10.1826. Brigadeiro efetivo a 12.09.1837. Marechal de Campo graduado a 18.07.1840. Por Dec. de 19.08.1842, por doença, foi transferido para a 3ª Classe do Exército. Deixou geração de seu cas., em 11.06.1810, no Rio, com Maria Gertrudes Senhorinha da Fonseca, nat. de Inhomirim, RJ, filha do Cap. Antônio José Rodrigues Fonseca e de Luiza Maria de Brito;
IV - o filho, Manuel Anastácio Xavier de Brito [c.1786-], Escrivão da Casa Real, que deixou geração de seu cas., em 27.04.1811, no Rio, com Mariana Henriqueta Ferreira, nat. do Rio, que no estado de viúva, obteve uma pensão anual de 300 mil réis [16.02.1827];
V - o neto, o engenheiro militar, Pedro Torquato Xavier de Brito [26.02.1822, Rio, RJ - 03.03.1880, idem] - fez o curso completo pela Escola Militar, onde se matriculou a 03.03.1837. Bacharel em Matemáticas pela Escola Central. Arquivista do Arquivo Militar, em 1857. Ajudante e depois Chefe do Distrito das Obras Públicas da Província do Rio de Janeiro. Engenheiro Fiscal das Obras da Colônia D. Francisca, em Santa Catarina. Membro da Comissão de exame da Carta Geral do Império. Carreira Militar: Corpo de Engenheiros: 1º Praça a 02.12.1839; 2º Tenente a 02.12.1839; 1º tenente a 23.07.1844; Capitão a 07.09.1847; Major a 02.12.1856. Tenente-coronel graduado do Corpo de Engenheiros, em 1867. Brigadeiro reformado do Exército. Honrarias: Cavaleiro da Ordem de S. Bento de Aviz. Sócio do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro. Fundador do Instituto Polytechnico. Obras: Autor da “Nova Carta Chorográphica do Império do Brasil reduzida pelo Bacharel Pedro Torquato X.r de Brito, Tenente-coronel Gr.o do Corpo de Engenheiros ... da que foi confeccionada pelo Coronel Conrado Jacob de Niemeyer e outros Officiaes Engenheiros em 1856. Gravada na Lithographia do Archivo Militar, por Álvaro e Pereira, de 03 a 07.04.1867. Litograf. a negro. 0, 645 m x 0, 630m. Autor, também, de uma “Planta da Estrada de Mangaratiba verificada pelo Ten.e Cor.el M. E. de C. e pelo Ten.e P. T. X.er de Brito. (1845.) 0m, 393 x 0m, 232 - Aquarela do Arquivo do Exército. Levantou, ainda, o seguinte mapa: “Mappa comprehendendo a planta da estrada que segue da Conservatória p.ª S. Izabel, do atalho do Pedrozo, e da picada que vai ter a ponte de M.el da S.a Per.ª Junior, levantada pelo Major de Engenheiros Pedro Torq.to Xavier de Brito em 1858. 1m, 640 x 1m, 800 - Aquarela do Arquivo do Exército. Blake descreve diversas obras de sua autoria, entre elas: Instruções para a collocação dos guarda-raios nos edifícios públicos e particulares: memória apresentada ao Instituto Polytechnico Brazileiro. Rio de Janeiro, 1869, 8 págs. Foi casado, 1º, a 21.06.1847, em Niterói, com Carlota Violante Alves de Brito [c.1824 - 18.08.1875, Rio, RJ]; cas., 2º, a 23.11.1876, no Rio, com Antônia Francisca Ferraz de Carvalho, nasc. no Rio, filha do Ten. José Carlos de Carvalho e de Antônia Francisca Ferraz. Deixou três filhos;
VI - o neto, Coronel Tiago Henrique Xavier de Brito [05.08.1853, Serra da Estrela, Inhomirim - 17.02.1938];
VII - o neto, Augusto Cândido Xavier de Brito [27.04.1812, Rio, RJ -], Escrivão da Casa Imperial;
VIII - o bisneto, Coronel Frederico Augusto Xavier de Brito [c.1845, Rio, RJ - 24.12.1913, Rio, RJ];
IX - o bisneto, Coronel Mário Xavier de Brito; e
X - o bisneto, Tiago Henrique Xavier de Brito [05.08.1853, Estrela, Inhomirim - 19.02.1939, Rio, RJ], professor público, agrimensor, coletor federal e estadual. Vereador, Juiz de Paz e Municipal. Delegado de Polícia e Coronel do batalhão n.92 da Guarda Nacional em defesa de Floriano Peixoto. Tomou parte em vários combates contra os revoltosos da Armada [1894].