Senhor
Que eu não fique nunca
Como esse velho inglês
Aí do lado que dorme numa cadeira
À espera de visitas que não vêm
(primeiro caderno do aluno de poesia)
Em 1954, escreve o ensaio “Do órfico e mais cogitações" e "O primitivo e a antropofagia”. Envia comunicação, por intermédio de Di Cavalcanti, para o Encontro de Intelectuais, no Rio de Janeiro. Publica o primeiro volume das “Memórias — Um homem sem profissão”, com capa de seu filho, Oswaldo Jr., pela José Olympio. Graças à interferência de Vicente Rao, foi indicado para ministrar um curso de cultura brasileira em Genebra. Retorna como sócio à Associação Brasileira de Escritores (A.B.D.E.). Dados obtidos no livro "O Salão e a Selva: uma biografia ilustrada de Oswald de Andrade", Editora da UNICAMP:
Em 11 de janeiro de 1890 nasce em são paulo josé oswald de sousa andrade, filho único de josé oswald Nogueira de andrade e inês henriqueta inglês de sousa andrade.
Inicia seus estudos, em 1900, na escola modelo caetano de campos, ainda marcado pelo fato de haver presenciado a mudança do século.
em 1901, vai para o ginásio nossa senhora do carmo. tem como colega pedro rodrigues de almeida, o “joão de barros” do”perfeito cozinheiro das almas desse mundo...”.
em 1903, transfere-se para o colégio são bento. lá tem como colega o futuro poeta modernista guilherme de almeida.
em 1905, com o são paulo em ebulição — surge o bonde elétrico, o rádio, a propaganda, o cinema — participa da roda literária de indalécio aguiar da qual faz parte o poeta ricardo gonçalves.
em 1908, conclui os estudos no colégio são bento com o diploma de bacharel em humanidades.
de família abastada, oswald, em 1909 inicia sua vida no jornalismo como redator e crítico teatral do “diário popular”, assinando a coluna "teatro e salões". ingressa na faculdade de direito.
em 1910, monta um atelier com o pr oswaldo pinheiro, no vale do anhangabaú. conhece o rio de janeiro, e fica hospedado na residência de seu tio, o escritor inglês de souza. passa o primeiro natal longe da família em santos, numa hospedaria de carroceiros das docas.
no ano seguinte, com a ajuda financeira de sua mãe, funda “o pirralho”, cujo primeiro número é lançado em 12 de agosto, tendo como colaboradores amadeu amaral, voltolino, alexandre marcondes, cornélio pires e outros. conhece o poeta emílio de meneses, de quem se torna amigo. lança a campanha civilista em torno de ruy barbosa. passa uma temporada em baependi, minas, nas terras da família de seu avô.
em 1912, viaja à europa. visita vários países: itália, alemanha, bélgica, inglaterra, frança, espanha. conhece durante a viagem a jovem dançarina carmen lydia, (helena carmen hosbale) que oswald batiza em milão. morre em são paulo sua mãe, no dia 6 de setembro. retorna ao brasil, trazendo a estudante francesa kamiá (henriette denise boufflers). reassume sua atividade de redator de “o pirralho”, onde publica crônicas em português macarrônico com o pseudônimo de annibale scipione.
Falece em São Paulo, em 22 de outubro de 1954, na sua residência da rua Marquês de Caravelas, 214. É sepultado no jazigo da família, no cemitério da Consolação, em São Paulo (SP).
É homenageado postumamente pelo Congresso Internacional de Escritores, em 1954. Em 1990, no centenário de seu nascimento, a “Oficina Cultural Três Rios” passa a se chamar “Oficina Cultural Oswald de Andrade; é lançado o filme “Cem Oswaldinianos”, de Adilson Ruiz e instalado painel na estação República do Metrô paulista.
Editora Ex Libris - Campinas (SP), 1995, de Maria Eugenia Boaventura; no sítio Itaucultural e em outros sobre o biografado.